segunda-feira, 28 de junho de 2010

Itajaí_SC



Itajaí_SC
História & Cultura

Itajaí nasceu em terras de disputa colonial. Durante os séculos XVII e XVIII, as disputas de terras entre as metrópoles portuguesa e espanhola resultaram no Tratado de Tordesilhas (1494). Desse conflito entre metrópoles, uma extensa colônia passava a se formar. De 1500 a 1700, mais de 100 mil portugueses se deslocaram para o Brasil-Colônia. Portugal temia invasões espanholas no Sul do Brasil, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, áreas estratégicas para se chegar ao Rio da Prata. O litoral permitia o abastecimento de água e alimentos às embarcações. Na disputa, a necessidade de alargar as fronteiras da colônia Brasil. Contudo, somente no século XIX, foram dados os primeiros passos para uma ocupação mais efetiva do território, com políticas de povoamento para o Sul.

Em 1829, foi instalada, no Estado, a primeira colônia de alemães, em São Pedro de Alcântara, e, em 1850, a colônia Blumenau, no Vale do Rio Itajaí-Açu. Depois surgiram no Itajaí-Mirim, a colônia Itajaí - Príncipe D. Pedro, atuais municípios de Brusque, Guabiruba e Botuverá. O porto de Itajaí foi central nos processos de colonização no vale, mesmo antes da formação da cidade. Os primeiros passos para a ocupação de Itajaí são atribuídos a dois nomes: Antonio Menezes de Vasconcelos Drummond (1820) e Agostinho Alves Ramos (1824). Nomes que representam o início da “fundação” do primeiro núcleo.

Para o historiador Oswaldo Cabral, Itajaí é situada magnificamente à entrada do vale do Itajaí e possuí um porto praticável, o que fez nascer um núcleo urbano. Isto se deu de forma mais definitiva em 15 de junho de 1860, com a instalação do município (vila) de Itajaí, desmembrando-se de Porto Belo.

Na época, o presidente da Câmara assumia as funções executivas. A figura do superintendente só aparece na República. É, ainda deste período, a criação da Comarca (1868) e a elevação da vila à categoria de cidade, em maio de 1876.

Em 31 de março de 1824 é instalado o Curato do Santíssimo Sacramento de Itajahy com estabelecimento do cura – padre – no povoado. O padre tinha, entre suas funções, contar o número de “almas” - convertidos ao catolicismo -, além de registrar os nascimentos, os batismos, os falecimentos e visitar as famílias.

Foi nessa época que se ergueu o primeiro templo católico no povoado. Segundo Antonio da Costa Flores, a igreja foi construída pelas mãos do escravo de Agostinho Alves Ramos, de nome Simeão.

Dez anos após a criação do Curato, o povoado possuía aproximadamente 1686 habitantes, sendo 1526 livres e 166 escravos. Em entrevista ao jornal Novidades, de 17 de julho de 1907, Antônio da Costa Flores, que era considerado um dos homens mais velho da cidade, lembrou: “No Itajahy não havia nenhuma rua, nem se falava em arruamento. Nas imediações do local em que presentemente se acha a matriz Igreja da Imaculada Conceição, existiam uns alicerces de pouco mais de meio metro de altura, construídos por um pedreiro, escravo do major Agostinho Alves Ramos, de nome Simeão”.

As notícias que se tem desse período, da instalação do Curato até a emancipação do povoado, passam em boa medida pelas memórias de Antônio da Costa Flores. Nascido em Triunfo, Rio Grande do Sul, filho de um português da cidade de Campo Grande/Portugal, Flores veio, com sua família, entre 1840 a 1844, ao povoado do Santíssimo Sacramento de Itajahy. Na década de 1860, Flores foi fiscal da Câmara Municipal e, no início do século XX, esse guardião da memória deu vários relatos à imprensa local.

Flores lembrou que, quando veio morar no povoado, “nos terrenos que o atual perímetro desta cidade abrange e que, como sabem atinge a dois quilômetros, a contar da Igreja Matriz, para todos os lados, exceto para o rio que fica a muito pequena distância, contavam-se umas cinqüenta casas, entrando nesse número pequenos ranchos miseráveis que, além de serem cobertos por palha, compunham-se de um só compartimento com paredes feitas apenas de ripas fincadas junto as outras. [...] Por entre as casas, algumas eram rodeadas de algodoeiras (fiava-se algodão e tecia-se um pano muito forte e muito apreciado que se chamava riscado da terra) viam-se extensos brejos, cuja vegetação alterosa e inextricável, em certos pontos, pareciam nunca ter sido drenados completamente; vários caminhos e trilhos tortuosos em inúmeras direções; meia dúzia de engenhos de fazer farinha de mandioca; grupos de cafezeiros, laranjeiras e bananais; roças de mandioca, feijão e milho, mais que tudo capoeiras de todas as alturas. As roças e mesmo muitos quintais das casas não tinham cercas: preferia-se criar o gado vacum e cavalar à corda ou longe das plantações a solta”.

A emancipação de Itajaí começa em 1860, quando é instaurada a Villa do Santíssimo Sacramento do Itajaí. É nessa ocasião que se constitui a Câmara Municipal e a implantação do Pelourinho - símbolo de aplicação da justiça e do poder local.

Uma das principais atribuições da Câmara era a elaboração do Código de Postura que funcionava como uma espécie de Lei Orgânica Municipal. No Artigo 120 do Código de Postura, temos: “Os proprietários que edificarem serão obrigados a calçar sua testadas [frente da casa] com oito palmos de largura seguindo o nivelamento da rua, os contraventores serão multados”. Mesmo com o Código de Postura, tentava-se burlar.

“Damásio Fernandes Vieira, fiscal da Câmara Municipal de Itajaí, viu-se na obrigação de multar José Alexandre Dutra, residente a rua Dom Pedro II, região central da Vila, por ter construído cerca sem a devida licença da Câmara. Dutra não deu ouvidos e continuou a fazer a dita cerca.
Energicamente, Fernandes embargou a obra e aplicou uma multa de 20$000Rs (vinte mil réis), dando-lhe ainda o prazo de três dias para a demolição da obra irregular. No entanto, não teve Damásio a mesma determinação quando tratou-se de multar José Pereira Liberato, que reformava a cozinha de sua casa sem a devida licença. Foi necessário que o presidente interino da Câmara, Guilherme Asseburg, chamasse sua atenção. A referida casa ficava na rua do Comércio. A ocorrência deu-se em 17 de dezembro de 1881. Imagine o constrangimento pelo qual passou Damásio, afinal, José Pereira Liberato havia sido presidente da Câmara em 1861, Deputado Provincial em 1864/1865, e vice-presidente em 1879; e mais, era delegado de polícia em 1881”.

O porto como lugar de passagem
Não é de estranhar que importantes historiadores acentuam a privilegiada geografia de Itajaí. Oswaldo Cabral referiu, por diversas vezes, a importância que o porto teve para a formação da cidade. Antes mesmo de sua fundação, as terras banhadas pelo mar e rio eram porta de entrada aos imigrantes e não demorou muito para que o porto passasse a ser o principal meio de dinamizar a economia. Mais do que meio de mobilizar o fluxo de economia, o porto é um local de sociabilidade. Em 1906, um ano depois do Ministro da Viação, Lauro Müller, aprovar projetos que trariam melhorias ao porto, é criada, por trabalhadores do porto, a Sociedade Beneficente XV de Novembro que, em 1939, foi transformada em Sindicato dos Trabalhadores em Trapiche e Armazém de Itajaí.

Ao longo do século XX, o município foi, cada vez mais, se interligando umbilicalmente ao porto. Movimentos políticos, atividades culturais, trabalhadores. Porto de encontro. Passagem. Intercâmbio. As décadas passam e Itajaí, com seu porto, se torna cada vez mais internacional.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Jequiá da Praia_AL



Jequiá da Praia
História & Cultura

Devido o município de Jequiá da Praia ter permanecido por muito tempo como povoado pertencente aos municípios de Coruripe e São Miguel dos Campos, a sua história está diretamente ligada a estes municípios que lhe deram origem.

Os habitantes primitivos desta região foram os índios caetés, os quais entraram para a história pela antropofagia cometida contra os navegantes da nau Nossa Senhora da Ajuda do Bispo Dom Pedro Fernandes Sardinha em 16/06/1556.

Os primeiros barcos a se estabelecerem na região foram os franceses que viajavam em busca de pau-brasil, madeira existente em abundância nestas terras. Porém há indicação de que os espanhóis e os holandeses também tenham constituídos feitorias à margem da Lagoa jequiá. A colonização francesa deixou como herança o povoado da França, atualmente pertencente ao município de Jequiá da Praia, onde os moradores possuem características físicas semelhantes a dos povos europeus, pois possuem cabelos loiros, pele branca e olhos azuis.

Em 1556 foi doado a Antonio Moura Castro por Duarte Coelho donatário da Capitania de Pernambuco, uma sesmaria formada pelas terras compreendidas pelo rio São Miguel e pelo rio Coruripe. A partir deste tempo deu-se o início o processo de colonização da sesmaria com a introdução da cultura da cana de açúcar, registrando-se a implantação do engenho Jequiá e do Prata como pioneiros na ocupação da região.

Como uma das mais antigas famílias a ocuparem as terras da atual cidade, as margens do Rio jequiá, podemos citar um português Manoel da Cunha Coelho, que por volta de 1810 ocupava a localidade. Naquele tempo as atividades predominantes eram as retiradas da madeira, a produção de cocô e a cana de açúcar. Ligadas a produção de açúcar apareceram figuras ilustres, como o comendador Miguel Palmeira, denominado barão de Coruripe e o Senhor Manoel Duarte Ferreira Ferro, o barão de Jequiá, cuja residência ainda está presente na arquitetura da cidade. Consta também que, em 1900, a pesca artesanal já se iniciava na Lagoa jequiá. Um filho do Português Manoel, João Manoel Cunha Coelho arrematou em Coruripe o direito a pescaria no Rio jequiá e respectiva Lagoa.

Com o ciclo da produção açucareira, veio o ciclo das barcaças de madeiras, movidas pelo vento que transportavam o açúcar desde o porto da boca na Lagoa Jequiá, até o porto de Jaraguá. Consta que mesmo durante a segunda guerra mundial, os barcaçeiros se arriscavam a ser torpedeados pelos alemães, como o que aconteceu com o navio ita pajé, afundado ao longo da costa, na altura da Lagoa Azeda.

O território do município de Jequiá da Praia foi criado pela lei nº. 5.675, 03 de fevereiro de 1995. Porém, em decorrência de alguns problemas jurídicos e administrativos, somente em 01 de Janeiro de 1999 foi instalado o novo município, com a nomeação de um administrador, Dr. Miguel Soares Palmeira. O primeiro prefeito foi eleito em 03 de outubro de 2000, a Srª. Roseane Jatobá Lins, empossada em 01 de janeiro de 2001, sendo reeleito no último pleito, realizado no dia 06/10/2004.

Fonte: IBGE

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Palhoça_SC


PALHOÇA – SC
Historia & Cultura

No ano de 1651, Dias Velhos chegou a Ilha de Santa Catarina, denominando-a de Desterro. Em 1771, portugueses de São Vicente (São Paulo) fundaram Lages. Nesse período houve a necessidade de ligação entre as duas localidades, resultando na abertura de uma estrada que ligava Desterro a Lages.
Poucos anos depois, em 1777, a Ilha de Santa Catarina foi invadida por espanhóis.

Em decorrência da invasão, o governo decidiu construir duas povoações defronte a capital, na terra firme, como era chamado o continente. O objetivo principal dessas povoações era dar guarita aos desterrenses, além de servir de escudo militar à Ilha no caso de novas invasões. O governo decidiu ainda, povoar o sertão as margens do caminho que ligava a Ilha a Lages.

Da necessidade de criar um refúgio no continente caso houvessem novos ataques a Ilha de Santa Catarina, fez com que em 31 de julho de 1793, o Governador Cel. João Alberto de Miranda Ribeiro enviasse oficio n. 07 ao Conde Rezende, vice-rei do Brasil. No oficio, o Governador incumbe a Caetano Silveira de Matos a construir palhoças para guardar farinha na estrada que ia para Lages. Nesta data, deu-se a fundação do povoado.

No inicio, as tropas de gado que abasteciam a Ilha desciam a estrada de Lages até o Morro do Tomé e de lá vinham margeando a praia até a desembocadura do rio Maruim, onde parte iam para freguesia de São José e parte atravessavam o canal até a localidade de Ribeirão da Ilha.

As tropas margeavam a praia, pois tinham grandes dificuldades para atravessar um trecho de mangue e pântano, hoje parte da rua principal de Palhoça. Além, de não quererem pagar o pedágio estabelecido por São José, no caminho que passava pela localidade de Passa Vinte.

Com o aumento da demanda de alimentos provenientes do continente e a movimentação das tropas, foi construída uma estrada atravessando o pântano. Com o aumento da povoação, após a construção da estrada, a população deslocou-se mais para o sul, estabelecendo-se o centro definitivo de Palhoça, onde é hoje.

Palhoça pertencia a Florianópolis até 1833, quando então passou a pertencer a São José, quando este foi criado. A primeira igreja de Palhoça foi construída em 1868, mais tarde passou a chamar-se de Nossa Senhora do Parto.

No final do ano do mesmo ano, inicia a construção da Igreja Matriz, com vistas à criação da freguesia. A Matriz se deu por concluída em 1883, sem ainda as torres laterais. Embora houvesse sido construída, não foi logo provida de vigário. A paróquia foi simplesmente criada novamente em 03 de maio de 1901, pela Cúria Diocesana de Florianópolis.

No ano de 1873, Palhoça foi elevada a condição de Distrito Policial. Desde sua fundação, até este período, Palhoça continuou como arraial, sendo esquecida política e administrativamente, apesar do aumento de seus habitantes e do desenvolvimento da economia.

Atendendo ao pedido de moradores, em 1882 a Assembléia Legislativa votou a Lei 949 de 08 de novembro, elevando-a a categoria de freguesia. Em 1886 passa de Distrito Policial a Distrito de Paz. Em 24 de abril de 1894, foi elevada a categoria de Município, por desmembramento de São José, sendo instalado em 23 de maio do mesmo ano.

Em 10 de janeiro de 1906, Palhoça transforma-se em Comarca. Faziam parte os distritos de Palhoça (sede do município e da comarca), Santo Amaro do Cubatão, Enseada de Brito, Teresópolis, São Bonifácio do Capivari, Santa Isabel, Anitápolis, Santa Tereza e Garopaba, que de município transformou em distrito de Palhoça.

Em 22 de agosto de 1919, através da Lei 1245, foi elevada a categoria de cidade. Em 1922 cedeu os territórios onde hoje estão os municípios de Alfredo Wagner e Ituporanga para juntamente com parte do município de Lages, formar Bom Retiro.

Em 1948, Ituporanga emancipou-se e deu origem aos municípios de Petrolândia e Imbuia em 1962 e, de Atalanta em 1964. Em 1961 Alfredo Wagner torna-se município.

Em 1958, Santo Amaro da Imperatriz emancipou-se de Palhoça e deu origem aos municípios de Águas Mornas e Anitápolis. Em 1961, Garopaba e Paulo Lopes emanciparam-se de Palhoça e, São Bonifácio em 1962. Após essas emancipações, Palhoça ficou com a configuração atual.

Origem do Nome
O nome do município originou-se de casas construídas de pau-a-pique, com cobertura de palha, denominada palhoça, na localidade da atual região sul do bairro da Ponte do Imaruim. Posteriormente outras construções de pescadores localizaram-se ao redor deste núcleo, com as mesmas características.

Povoação
Os primeiros colonizadores a chegarem em Palhoça foram os portugueses, que estabeleceram-se na Enseada de Brito e de lá espalharam-se pelas redondezas.

Após vieram os açorianos e madeirenses, chegando as primeiras famílias na Ilha de Santa Catarina em fevereiro de 1747. O povoamento açoriano-madeirense tem sua origem no edital que D. João V mandou publicar em 1747. O objetivo de D. João V em enviar casais açorianos e madeirenses, era povoar as terras brasileiras e resolver o problema de excesso de população nos arquipélagos dos Açores e Madeira.

Por volta de 1824, iniciou-se a imigração alemã para o Brasil em Santa Izabel, que mais tarde viria a pertencer ao município de Palhoça. As principais causas da imigração alemã na região foram o excesso de população na Alemanha, as guerras constantes e, a propaganda brasileira atraindo colonos com promessa de doação de terras.

Palhoça tem sua formação étnica também de origem italiana. A imigração destes para o Brasil iniciou-se por volta de 1790. Além dos portugueses, alemães e italianos, outras raças contribuíram também para formação étnica do povo palhocense, entre elas negros, libaneses, gregos, japoneses, índios.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Peruíbe_SP


Peruíbe – SP
Historia & Cultura

A Aldeia dos Índios Peroibe, já existia desde muito antes da chegada de Martin Afonso de Souza. Seu principal Cacique era conhecido por Piriri Goa Ob Yg e a Aldeia situava-se no Tapiarama (Tapui-Rama), região das Aldeias ou Pátria dos Tapuias. Eram as duas únicas Aldeias do Litoral.

As primeiras noticias, datam de 1532, quando Pero Correa pede a confirmação de suas terras a Martin Afonso de Souza, dizendo já estar há muito tempo nas terras que antes pertenciam a um Mestre Cosme, Bacharel de Cananeia e doava estas terras em 1553 à Companhia de Jesus, por descarrego de consciência, devido ao escravismo atuante nas praias do Guarau. Doou, também, a Fazenda na Praia de Peruibe, para a Confraria do Menino Jesus, que passou a ser o Segundo Colégio de Meninos Órfãos do Menino Jesus. O Primeiro Colégio foi em São Vicente. Peruibe pertencia à Capitania de Martin Afonso de Souza, por encontrar-se a 12 léguas ao Sul de São Vicente.

Já existe, neste local a Capela dedicada à Conceição de Nossa Senhora, quando em 1549, chegava Padre Leonardo Nunes juntamente com outros padres para fazer a catequese dos indígenas.

O Padre Leonardo Nunes passou a ser conhecido pelos indígenas por "Abarebebe" (Padre Santo ou Padre Voador) por estar em vários locais ao mesmo tempo.

Em 1554, chega na Aldeia José de Anchieta, noviço de 19 anos, recentemente aceito na Companhia de Jesus, no auxílio à catequese. Após ter feito seu trabalho na Capitania de São Vicente, foi à Bahia como provincial e em 1584, escrevia:

"Ao longo da praia, na terra firma, nove ou dez léguas da Vila de São Vicente para o Sul, tem uma vila chamada Itanhaém de Portugueses e junto dela, da outra banda do Rio, como uma légua tem duas aldeias pequenas de índios cristãos. Nesta vila tem uma Igreja de Pedra e cal na qual, quando se reedificou, o administrador deitou a primeira pedra com toda a solenidade: é a de Conceição de Nossa Senhora, onde toda a Capitania vão em romaria e a ter novenas e fazem-se nela milagres".

Tendo notícias que o Convento de Itanhaém só começou sua construção em 1640, e seu padroeiro foi São Francisco de Assis, conforme apontamento de Azevedo Marques e sua Igreja Matriz, data de 1761 e sua Padroeira de Santa Ana, conforme Benedito Calixto, não resta duvida sobre a veracidade dos fatos históricos de que a fundação da Vila da Conceição de Nossa Senhora, ocorreu na atual Ruínas do Abarebebe, conforme a afirmação de Frei Gaspar da Companhia de Madre de Deus, que diz na sua obra (Capitania de São Vicente), que até 1555, não existia nada no local chamado Itanhaém e sim Aldeias, onde Martin Afonso de Souza fez sua fundação. A Aldeia perdeu o Foro de Vila, cedendo aos Portugueses que residiam em Itanhaém, por estarem os Jesuítas protegendo por demais os indígenas e no século XVII, em meados de 1648 foram expulsos.

A Aldeia passa a ser conhecida como Aldeia de São João Batista, a partir de 1640. A Aldeia ficou abandonada, os indígenas foram obrigados a levar as Alfaias, Castiçais e Imagens para o Convento de Itanhaém, mas devido a devoção pela Imagem da Conceição de Nossa Senhora, esconderam e só a entregaram à Confraria de São Vicente. Outras histórias foram narradas por diversos historiadores, sempre com o intuito de apagar da memória os fatos verdadeiramente ocorridos. Itanhaém passou a cabeça de Capitania por quase 150 anos, devido ao progresso de Piratininga (São Paulo), despovoando quase totalmente o litoral inclusive a velha capitania de São Vicente e, em estado de abandono, a Aldeia mais tarde, por insistência dos moradores, foi se tornando um povoado de pescadores.

Ora como Freguesia, ora como Bairro, até como Vila sem nunca ter predicado para isso, o abandono foi total, mas nos mapas seiscentistas e até o Século passado, nota-se o símbolo representativo da velha igreja de Peruibe.

Em 1852, recebeu sua primeira "Cadeira Educacional", para o sexo masculino e em 1871, para o sexo feminino, sua população sempre foi maior do que a de Itanhaém porém o censo, somente informava o total da população entre os municípios vizinhos, que pertenciam ao município de Itanhaém.

No ano de 1914, vem a Estrada de Ferro e com ela os primeiros imigrantes. Na década de 50, o Povoado vê aumentar a atividade imobiliária, passando a receber novos incentivadores no comércio.

Num trabalho incansável do então Vereador de Itanhaém, Dr. Geraldo Russomano, provoca a realização de um plebiscito, para se definir sobre o processo de emancipação definitiva de Peruibe, libertando seu passado. E foi assim que em 18 de fevereiro de 1959, a Aldeia que se tornou Povoado foi levada à categoria de Município e no dia 1§ de janeiro de 1960, teve seu assentamento.

Em 22 de Junho de 1974, através de Lei Estadual, Peruibe passa a ser reconhecida como Estância Balneária, dadas às suas peculiaridades naturais. Atualmente, Peruibe encontra-se em desenvolvimento bastante organizado, pois seu Plano Diretor e Código de Obras, são dos mais bem elaborados da região, o que tem Ihe garantido excelente resultado no processo de urbanização. É dessa forma que Peruibe esta integrada ao Estado, inclusive como uma das cidades que mais se desenvolvem no Pais.

Hoje, através de Convênio firmado com o apoio do CONDEPHAAT, entre Peruibe e a Universidade de São Paulo/Museu de Arqueologia e Etnologia - USP/MAE, esta sendo realizada uma pesquisa arqueológica, que já encontra-se em fase final. O Sítio Arqueológico "Ruínas do Abarebebe", que é Tombado pelo CONDEPHAAT e IBPC, assim como pelo Município, através da sua Lei Orgânica Municipal, vem provar o cuidado e o carinho que alguns mecenas vem lutando para preservar o berço dos primeiros brasileiros e a glória suprema dos Jesuítas em nossa querida e eterna Tapiarama.

Assim é que relatamos um princípio da história de Peruibe, tudo conforme consultas a documentos que registram os fatos havidos nos tempos do Descobrimento do Brasil.

Fonte: Cartas Jesuítas III - Informações Fragmentos Históricos e Sermões - Pag.328 - EDUSP/1980.
Pesquisa e texto elaborados por Roosevelt de Almeida Santos - Diretor do Departamento de Cultura da Estancia Balneária de Peruíbe nos anos 1993 a 1996 e 2001.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Lenções Chapada Diamantina_BA



Lenções Chapada Diamantina
História & Cultura

A cidade de Lençóis surgiu em meados do século XIX com a descoberta de muitas jazidas de diamantes na região da cidade de Mucugê. Em pouco tempo as terras foram ocupadas por exploradores e comerciantes de diversos lugares do país, que em comum tinham a ambição do rápido enriquecimento.

Até cerca de 1871 a exploração das lavras diamantinas contribuiu para a construção de Lençóis. São desta fase as construções mais elaboradas da cidade, como a Capela de Nosso Senhor dos Passos, e nos saraus era comum usar diamantes para enfeitar as roupas dos participantes. Um consulado francês chegou a funcionar ali com a intenção de estreitar os laços comerciais entre a França e a região.

O esgotamento parcial dos solos da região e a concorrência de pedras encontradas no sul da África levaram Lençóis a uma era de extrema pobreza e escassez de recursos. O comércio e o garimpo foram abandonados por seus exploradores.

A plantação de café, e mais tarde, a extração do carbonato (de mesma composição do diamante, porém menos concentrado) ajudam a retomar em parte a economia da cidade.

A decadência da região evidenciou ainda mais os conflitos políticos encabeçados por coronéis e levados ao extremo pelos jagunços. Mais uma vez a lei do mais forte ditava os limites em toda a região, em conflitos que durante décadas resultaram em assassinatos, sequestros e até uma cinematográfica luta contra os membros da Coluna Prestes, em 1926.

Fonte: IBGE

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Petrópolis_RJ



Petrópolis
História & Cultura

A mais antiga concessão de terras de que temos conhecimento na zona de Petrópolis - escreve Frei Estanislau Shaette - "é a da Carta Régia de 22 de agosto de 1686, doando a Francisco de Matos Filgueira e a João Matos de Souza sesmaria na subida da serra Estrela. A 12 de setembro do mesmo ano também ali se tornam sesmeiros o capitão João da Silveira Garcês e Gonçalo Fernandes Pires, no sertão de Inhomirim da Serra-acima".

Os lusitanos, vencido o temor que a Serra do Mar lhes infundia, procuraram os "caminhos da terra" para Minas, então alcançado pelo itinerário marítimo até Parati. Do caminho que seguia mais ou menos a Estrada de Ferro Central do Brasil, passou-se ao caminho através de Couto e Sacra Família, para terminar pelo "atalho do caminho novo", aberto pelo sargento-mor Bernardo Soares Proença, "então sesmeiro da atual zona urbana de Petrópolis", por Carta de Sesmaria de 1721, no fim do primeiro quartel do século XVIII ( este caminho teria sido desbravado pelo bandeirante Garcia Rodrigues Paes Leme, filho do "Caçador de Esmeraldas").

Em seguimento à sesmaria de Bernardo Soares Proença ficava a de Luiz Peixoto da Silva e, na extremidade ocidental, abrangendo a região situada entre as mesmas e a de Marcos da Costa, a de Domingos Ribeiro Távora. Assim, por doações régias, de "léguas em quadra" de terras devolutas que passaram à propriedade particular, nasceram as Fazendas, em virtude de sucessões hereditárias ou vendas a terceiros. Da sesmaria de Bernardo Soares Proença surgiram as Fazendas do Córrego Seco e do Itamarati; da de Luiz Peixoto da Silva, a do Rio da Cidade, a de Domingos Rodrigues Távora, as de Quitandinha, Velasco e Morro Queimado.

O Imperador D. Pedro I, que nas viagens para Minas, pousava na Fazenda de Correias, originária de sesmaria concedida em 1760 a Manoel Antunes Goulão, procurou adquiri-la; não querendo vendê-la, a proprietária irmã e herdeira do célebre Padre Corrêa, teria indicado a do Córrego Seco, que, por escritura pública de 6 de fevereiro de 1830, passou ao patrimônio particular do Imperador (no mês seguinte, acrescida de gleba no Alto da Serra, com 50 braças de testada, por meia légua de fundo). Com a abdicação em 1831, essas propriedades ficaram arrendadas até 1842.

Júlio Frederico Köeler, responsável pela construção de novos trechos e pontes da Estrada da Serra da Estrela, aproveitou na execução dessas obras o trabalho de colonos alemães, acidentalmente chegados ao Brasil pelo navio "Justine" e que estavam alojados na Fazenda do Córrego Seco. O êxito dessa comunidade alemã estimulou a colonização estrangeira. Tanto que a Lei provincial n° 56, de 10 de maio de 1840, concedeu um crédito qüinqüenal em parcelas 60.000$000, tendo o governo assinado contrato com a Casa Charles Delrue, de Dunquerque, para a introdução de 600 casais de colonos.

Por Decreto de 16 de março de 1843, foi celebrado ajuste para o levantamento de uma povoação e a construção do palácio, elaborando-se um plano para arrendamento e colonização das terras. No mesmo ano, João Caldas Viana, exercendo a presidência da Província do Rio de Janeiro, mandou colocar na antiga fazenda do Córrego Seco dois cruzeiros de madeira com as inscrições: "Cruz de São Pedro de Alcântara de Petrópolis" e "Cruz da Capela dos Finados de Petrópolis", para indicar o local da futura Cidade, cujo nome, homenagem de Paulo Barbosa da Silva ao Imperador, passou a ser logo usado.

A chegada de colonos alemães, em 1845, deu lugar a que o governo pensasse transformar as terras em colônia agrícola, para isto adquirindo as fazendas do Velasco e do Itamarati e aceitando a doação da Fazenda da Quitandinha; o intento não foi consumado, o que não impediu, entretanto, o desenvolvimento da aglomeração recém constituída. Em 1846, a povoação passava de simples curato à freguesia do território da Vila da Estrela. Em 1883 chega a Petrópolis o primeiro trem da Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará, conduzindo o Imperador Dom Pedro II e a família imperial.

O progresso da região - que teve ligeira estabilização com o advento da República -intensificou-se com a transferência do Governo Estadual de Niterói para Petrópolis, onde permaneceu de 1893 até 1902.

O ano seguinte assinala importante acontecimento: realiza-se em Petrópolis a histórica reunião diplomática de que resultaria a assinatura do "Tratado de Petrópolis", pelo qual o Acre foi anexado ao Brasil.

A estrada Rio - Petrópolis , inaugurada em 1928, foi fator preponderante no desenvolvimento do Município, transformando-o de simples cidade de veraneio em grande centro industrial e comercial.

Fonte: IBGE


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Santos_SP



SANTOS – SP
História & Cultura

A ilha de São Vicente era chamada Goaió, que significa "lugar de fornecimento de provisões". Ali os viajantes encontravam índios amistosos, com os quais trocavam mercadorias por alimentos. A parte da ilha onde surgiria Santos ficou conhecida como Enguaguaçu, termo que corresponde a "enseada grande".

Não se conhece o ano exato do princípio da povoação. O certo é que o fundador de Santos, Brás Cubas, chegou de Portugal em 1532, com Martim Afonso de Souza, donatário da Capitania de São Vicente. Dele recebeu as terras de Jurubatuba e comprou as situadas no Enguaguaçu, hoje Centro da Cidade, onde já existia uma pequena igreja sobre o outeiro de Santa Catarina. Vizinho ao outeiro, Brás Cubas construiu sua casa.

Em 1541, ele conseguiu a mudança do porto, que ficava na Ponta da Praia, na atual Ponte dos Práticos, para o outro lado da ilha, o então lagamar de Enguaguaçu. Muitos consideram a transferência do porto como a verdadeira fundação de Santos. Outros apontam 1º de novembro de 1543 como a data histórica, quando foi instalado o primeiro hospital da América e que acabou originado o nome da cidade.

Santos foi elevada à categoria de vila em 1546, mas não se sabe o dia exato em que isto aconteceu. Como em 26 de janeiro de 1839 ela passou a ser cidade, adotou-se como aniversário oficial o dia 26 de janeiro, embora o ano de fundação seja considerado o de 1546.

Mas Santos é um dos poucos municípios brasileiros que sabe exatamente seu local de fundação. Em 1902, a rocha ainda existente recebeu uma placa com os dizeres: "Esta rocha é o resto do Outeiro de Santa Catarina e foi sobre este outeiro que Brás Cubas lançou os fundamentos desta povoação, fundando ao mesmo tempo, época de 1543, o Hospital de Misericórdia, sob a invocação de Todos os Santos, que deu nome a esta cidade e à primeira instituição pia que se estabeleceu no Brasil"

Ao longo dos anos o município desempenhou papel relevante história do País, tendo sido berço dos irmãos Andrada - José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco - todos batalhadores à frente do povo pela independência do Brasil.

Na luta pela abolição da escravatura, abrigou milhares de escravos em quilombos na área continental, fugidos das fazendas de café do planalto paulista. O trabalho foi tão intenso que, três meses antes de a Lei Áurea ser promulgada, já não havia escravos na cidade. Posteriormente, a população participou da campanha pela República, organizando listas de assinaturas, comícios, movimentos.

A princípio constituída por portugueses, espanhóis, indígenas, negros e seus descendentes, no início do século XIX a população recebeu imigrantes europeus, na maioria portugueses, espanhóis, italianos, sírios e libaneses, incorporados às atividades do porto cafeeiro e do comércio.

Na segunda metade do século XX, a população cresceu com a chegada de migrantes nordestinos, atraídos pelo mercado de trabalho do parque industrial de Cubatão, município vizinho. O movimento operário ganhou força por meio dos sindicatos dos portuários e dos trabalhadores da construção civil.


terça-feira, 8 de junho de 2010

Porto Velho_RO




PORTO VELHO
Historia & Cultura

A situação à margem direita do Rio Madeira, facilitando o embarque e desembarque dos navios no local em que hoje se encontra Porto Velho, apresentava condições favoráveis para o estabelecimento de um porto fluvial. A direção da Madeira - Mamoré Railway Co., baseada em relatórios dos engenheiros Carlos Morsing e Júlio Pinkas e do eminente sanitarista Oswaldo Cruz, entrou em entendimentos com o Governo Federal, no sentido de transferir a construção da estação inicial da ferrovia para Porto Velho. O local já era preferido pelos ferroviários da Companhia, então sediada no Município de Santo Antônio, que para lá iam aos domingos e feriados pescar ou realizar excursões.

Começadas as obras de saneamento do local e a construção das instalações necessárias para os serviços da ferrovia - estação inicial e oficinas respectivas - foi encetada, também, a remoção do pessoal de Santo Antônio para Porto Velho que, assim, experimentou considerável surto populacional. Formou-se um núcleo populoso e um porto fluvial de grande movimento, que serviu de base à criação do futuro Município.

Parte das terras que constituem Porto Velho pertenciam ao Município de Humaitá, Estado do Amazonas, limítrofe do antigo Município de Santo Antônio do Madeira, Estado de Mato Grosso.

Em 13-09-1943 é criado o Território Federal do Guaporé, posteriormente denominado Rondônia, tendo como capital, o município de Porto Velho, condição conservada quando da elevação do Território a categoria de Estado em 1981.

Fonte: IBGE

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Porto Seguro_BA




PORTO SEGURO
Historia & Cultura

Porto Seguro foi o primeiro local onde aportaram os navegantes portugueses comandados por Pedro Álvares Cabral, quando do descobrimento do Brasil, em 1500. Possui antigos monumentos históricos, além de paisagens naturais de rara beleza ao longo da costa.

Visitar o sítio histórico da Cidade Alta é quase uma obrigação para os milhares de turistas que chegam a Porto Seguro - cidade Monumento Nacional instituída por decreto presidencial em 1973. Primeiro núcleo habitacional do Brasil, Porto Seguro, além de ostentar o marco do Descobrimento, desempenhou papel importante nos primeiros anos da colonização. São desta época prédios históricos que podem ser visitados durante o dia ou apreciados à noite, quando sob efeito de iluminação especial.

O passeio histórico pode começar pelo marco do Descobrimento, de onde se descortina uma das mais belas paisagens do litoral de Porto Seguro. O marco veio de Portugal entre 1503 e 1526, e simboliza o poder da coroa portuguesa, utilizado para demarcar suas terras. Todo em pedra de cantaria, de um lado está esculpida a cruz da Ordem de Avis e, do outro, o brasão de armas de Portugal.

Na mesma área está a igreja de Nossa Senhora da Pena, construída em 1535 pelo donatário da capitania, Pero do Campo Tourinho. Aí estão guardadas imagens sacras dos séculos XVI e XVII, entre elas a de são Francisco de Assis - primeira imagem trazida para o Brasil - e a de Nossa Senhora da Pena, padroeira da cidade, festejada a 8 de setembro. Para se ter uma melhor idéia de como era a capitania no século de Tourinho e da chegada dos jesuítas, poderá ler alguns trechos das cartas escritas por Manuel da Nóbrega ou por José de Anchieta, padres da Companhia de Jesus sobre a região.

Mais adiante o Paço Municipal ou Casa de Câmara e Cadeia, datada do século XVIII, uma das mais belas construções do Brasil colônia. Nesse prédio funciona o Museu Histórico da Cidade ou Museu do Descobrimento. A igreja da Misericórdia, ou como igreja do Senhor dos Passos, de estilo singelo, guarda imagens barrocas, destacando-se a do Senhor dos Passos e um Cristo crucificado.

Ainda em meio do casario tombado como monumento nacional, se ergue a igreja de são Benedito, ao lado das ruínas da antiga residência e colégio dos jesuítas. A igreja foi construída pelos jesuítas em 1551 e era conhecida como de são Pedro e de Nossa Senhora do Rosário. Do lado oposto, ainda na Cidade Alta, localizam-se a estação rodoviária e o aeroporto.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Itaparica_BA


Itaparica
História & Cultura


Os registros históricos sobre a ilha destacam a vinda, em 1510, do navegador português Diogo Álvaro Corrêa, o Caramuru, que, enamorado da índia tupinambá Paraguaçu, filha do cacique Taparica, casou-se com ela. Os índios Tupinambás foram os primeiros habitantes da ilha, daí a origem do seu nome.

Conta uma das lendas, que Itaparica vem do Tupi e significa "cerca feita de pedras", por causa dos arrecifes que contornam toda a costa da ilha.

A sua ocupação deu-se a partir de um pequeno núcleo de povoamento fundado por jesuítas na contra-costa, em 1560, onde hoje se localiza a Vila de Baiacu, então denominada como Vila do Senhor da Vera Cruz. Nesse período, foi nela iniciada a primeira plantação de cana-de-açúcar, assim como a cultura do trigo, tendo recebido os primeiros exemplares de gado bovino. Foi ainda em Baiacu que aqueles religiosos fizeram erguer a primeira obra de engenharia hidráulica da colônia: uma barragem para o suprimento de água potável e para os serviços da povoação.

A riqueza gerada nesse curto espaço de tempo levou a que corsários ingleses atacassem a ilha já em 1597. Entre os anos de 1600 e 1647, foi invadida pelos holandeses. Durante a última destas invasões, os holandeses chegaram a construir um forte, denominado Forte de São Lourenço.

Em 1763, Itaparica, que era a maior ilha da colônia, chamou a atenção da Coroa e, por conta disso, foi então incorporada aos seus bens. Os afamados estaleiros da Ilha de Itaparica eram também empório de construções navais da colônia: ali se armou a primeira quilha da Marinha de Guerra no Brasil. Nesta época, também existiam cinco destilarias de aguardente, além das fábricas de cal - nove, em meados do século XIX. Porém, a maior atividade econômica da ilha foi a pesca da baleia, sobretudo durante os séculos XVII e XVIII, por este fato, antes de chamar-se Itaparica era conhecida como Arraial da Ponta das Baleias.

Neste período, antigos e belíssimos sobrados, existentes até hoje, hospedaram imperadores brasileiros como D. Pedro I e D. Pedro II.

Foi em Itaparica que se assentou a primeira máquina a vapor em terras brasileiras, no engenho de Ingá-Açu.

A Fonte da Bica, importante local da cidade, foi construída em 1842 e oficializada como Estância Hidromineral em 1937, única do país à beira-mar. A água possui indiscutíveis propriedades medicinais em sua composição. A nascente fica oculta no morro de Santo Antônio.

Fonte: IBGE