SANTOS – SP
História & Cultura
A ilha de São Vicente era chamada Goaió, que significa "lugar de fornecimento de provisões". Ali os viajantes encontravam índios amistosos, com os quais trocavam mercadorias por alimentos. A parte da ilha onde surgiria Santos ficou conhecida como Enguaguaçu, termo que corresponde a "enseada grande".
Não se conhece o ano exato do princípio da povoação. O certo é que o fundador de Santos, Brás Cubas, chegou de Portugal em 1532, com Martim Afonso de Souza, donatário da Capitania de São Vicente. Dele recebeu as terras de Jurubatuba e comprou as situadas no Enguaguaçu, hoje Centro da Cidade, onde já existia uma pequena igreja sobre o outeiro de Santa Catarina. Vizinho ao outeiro, Brás Cubas construiu sua casa.
Em 1541, ele conseguiu a mudança do porto, que ficava na Ponta da Praia, na atual Ponte dos Práticos, para o outro lado da ilha, o então lagamar de Enguaguaçu. Muitos consideram a transferência do porto como a verdadeira fundação de Santos. Outros apontam 1º de novembro de 1543 como a data histórica, quando foi instalado o primeiro hospital da América e que acabou originado o nome da cidade.
Santos foi elevada à categoria de vila em 1546, mas não se sabe o dia exato em que isto aconteceu. Como em 26 de janeiro de 1839 ela passou a ser cidade, adotou-se como aniversário oficial o dia 26 de janeiro, embora o ano de fundação seja considerado o de 1546.
Mas Santos é um dos poucos municípios brasileiros que sabe exatamente seu local de fundação. Em 1902, a rocha ainda existente recebeu uma placa com os dizeres: "Esta rocha é o resto do Outeiro de Santa Catarina e foi sobre este outeiro que Brás Cubas lançou os fundamentos desta povoação, fundando ao mesmo tempo, época de 1543, o Hospital de Misericórdia, sob a invocação de Todos os Santos, que deu nome a esta cidade e à primeira instituição pia que se estabeleceu no Brasil"
Ao longo dos anos o município desempenhou papel relevante história do País, tendo sido berço dos irmãos Andrada - José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco - todos batalhadores à frente do povo pela independência do Brasil.
Na luta pela abolição da escravatura, abrigou milhares de escravos em quilombos na área continental, fugidos das fazendas de café do planalto paulista. O trabalho foi tão intenso que, três meses antes de a Lei Áurea ser promulgada, já não havia escravos na cidade. Posteriormente, a população participou da campanha pela República, organizando listas de assinaturas, comícios, movimentos.
A princípio constituída por portugueses, espanhóis, indígenas, negros e seus descendentes, no início do século XIX a população recebeu imigrantes europeus, na maioria portugueses, espanhóis, italianos, sírios e libaneses, incorporados às atividades do porto cafeeiro e do comércio.
Na segunda metade do século XX, a população cresceu com a chegada de migrantes nordestinos, atraídos pelo mercado de trabalho do parque industrial de Cubatão, município vizinho. O movimento operário ganhou força por meio dos sindicatos dos portuários e dos trabalhadores da construção civil.
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