sábado, 29 de maio de 2010

Olinda_PE


Olinda
Historia & Cultura


FUNDADA por Duarte Coelho Pereira, donatário da Capitania de Pernambuco, Olinda foi oficialmente reconhecida como vila por Alvará Régio de 12 de março de 1537.

O donatário tudo fez pelo desenvolvimento da terra. Fundou o primeiro engenho de açúcar, desenvolveu a agricultura, estabeleceu um livro de Tombo e em 1537 ordenou a construção de um edifício destinado ao funcionamento do Senado da Câmara de Olinda, prédio este doado, em 1676, ao primeiro bispo de Olinda, Dom Estevam Brioso de Oliveira, que o converteu em palácio episcopal, título que ainda hoje conserva. Elevada à categoria de cidade, em 16 de novembro de 1676, quando também a igreja da Sé foi elevada a catedral.

Em 1630, Olinda foi tomada pelos holandeses que a incendiaram no ano seguinte; em 1654, novamente sob domínio português, voltou a ser a sede oficial do governo, muito embora os Governadores residissem no Recife. Por volta de 1800, com a fundação do Seminário Diocesano e, em 1828, do Curso Jurídico, transformou-se num burgo de estudantes. Deixou de ser a Capital da Província em 1827.

Sob certos aspectos Olinda rivalizava com a metrópole portuguesa. Seus velhos sobrados tinham dobradiças de bronze, enquanto as igrejas, principalmente a Sé, ostentavam em suas portas principais dobradiças de prata e chaves fundidas em ouro.

Foi no Senado da Câmara de Olinda que, a 10 de novembro de 1710, o sargento mor Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em prol da independência nacional.

Os primeiros Cursos Jurídicos do Brasil, criados pelo Decreto Imperial de 11 de agosto de 1827, foram inaugurados solenemente no Mosteiro de São Bento, a 15 de maio de 1828. Antes de sua transferência para o Recife, os Cursos Jurídicos funcionaram no prédio em que atualmente se encontra a Prefeitura.

Fonte: IBGE

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Porto Alegre_RS


Porto Alegre
Historia & Cultura

O primeiro nome dado à atual Porto Alegre foi o de Porto de Viamão, no século XVIII. Como ainda não existia um centro urbano, os estancieiros da região aproveitavam o Guaíba como meio de comunicação com Rio Grande e Rio Pardo. A região, na época conhecida como campos de Viamão, era um distrito de Laguna (em Santa Catarina). O porto, assim, era conhecido como Porto de Viamão.

Em 1740, a área foi concedida como sesmaria a Jerônimo de Ornellas, português nascido na ilha da Madeira e que estava instalado ali desde 1732. Em decorrência, o porto passou a ser chamado de "Porto do Dorneles". De acordo com o historiador Walter Spalding, o porto propriamente dito ficava na foz de um pequeno riacho, onde atualmente está localizada a Ponte de Pedra do Largo dos Açorianos.

Nessa mesma época, o governo português incentivou a vinda de casais açorianos à região, com o intuito de resolver dois problemas: o primeiro era o superpovoamento das ilhas dos Açores, e o segundo era assentar a dominação portuguesa no sul do Brasil, região ameaçada pelas colônias espanholas do sul e oeste do continente sul-americano. Assim, em 1752 chegou a primeira leva de casais açorianos, que se instalaram no então Porto de Dorneles e serviram de ponto de apoio aos novos casais imigrantes que chegavam para se instalar em outras regiões do Rio Grande do Sul. Com essa leva de casais, o porto passou a ser conhecido como o "Porto dos Casais".

Em 1763, com a invasão espanhola da cidade de Rio Grande, então capital do Estado, a sede do governo acabou por ser transferida para Viamão, cidade adjacente ao Porto dos Casais. Com o desenvolvimento do porto e sua posição estratégica à beira do rio Guaíba, o governador da época, José Marcelino de Figueiredo, resolveu transferir a capital de Viamão para Porto dos Casais em 1773, trocando nessa ocasião o nome para Porto Alegre. A antiga colônia açoriana além de centro administrativo virou área militar. Paliçadas de madeira foram construídas em torno da cidade, no lado oposto ao rio, nas proximidades do Hospital da Santa Casa (construído em 1803 e ainda em atividade atualmente). As estreitas ruas da Porto Alegre colonial foram projetadas como um labirinto, possuindo nítido caráter defensivo.

O Príncipe D. João VI elevou a capital da capitania à categoria de vila, e o decreto oficial ocorreu em 11 de dezembro de 1810, quando a Câmara Municipal lavrou o "auto de criação da Vila de Porto Alegre". E no dia 13 do mesmo mês foi lavrado o "auto de demarcação e declaração dos limites que ficaram pertencendo a Vila de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre".

Pela Carta de Lei, de 14 de novembro de 1821, o Imperador D. Pedro I elevou Porto Alegre à categoria de cidade. Nessa época a população era de 12 mil habitantes.

Em 1835, inicia-se no Rio Grande do Sul, uma das maiores guerras já travadas em território brasileiro, a Revolução Farroupilha. Mesmo fortificada, Porto Alegre foi invadida, sendo retomada no ano seguinte pelos Imperiais. A partir de então, a cidade sofreria três intermináveis cercos até o ano de 1838. Foi a resistência a esses cercos que fez D. Pedro II dar à cidade o título de "Mui Leal e Valorosa".

A guerra não impediu que fosse construído o primeiro Mercado Público, organizando o comércio nas áreas centrais. Apesar do inchaço populacional daqueles tempos, a malha urbana só voltaria a crescer em 1845, após o fim da revolução e da derrubada das muralhas que cercavam a cidade. A partir de então, chegaram à cidade os primeiros imigrantes alemães e italianos, instalando restaurantes, pensões, pequenas manufaturas, olarias, alambiques e diversos estabelecimentos comerciais.

No período de 1865 a 1870, a Guerra do Paraguai transforma a capital gaúcha na cidade mais próxima do teatro de operações. A cidade recebe dinheiro do governo central, além de serviço telegráfico, novos estaleiros, quartéis, melhorias na área portuária, além da construção do primeiro andar do novo Mercado Público. Em 1872, as primeiras linhas de bonde entram em circulação na cidade.

Em 1884 decreta a libertação de seus escravos, 4 anos antes da Lei Áurea. No final do século XIX e início do século XX, período em que a cidade já contava com cerca de 70 mil habitantes, intensas obras de melhoria são realizadas, como instalação de eletricidade, rede de esgotos, transporte elétrico, água encanada, hospitais, ambulância, telefonia e indústrias. Também foram instaladas as primeiras faculdades: Farmácia e Química em 1895 Engenharia em 1896, Medicina em 1898 e Direito em 1900.


segunda-feira, 24 de maio de 2010

Itajubá_MG



Itajubá foi fundada em 19 de março de 1819 e em 27 de setembro de 1848 foi emancipada e, conforme a Lei nº 355, de 27 de setembro de 1848, a abrangência dos seguintes territórios: a “ freguesia de mesmo nome” (que abrangia o atual município e Piranguçú), Cristina (Espírito Santo do Cumquibus), Pedralva (São Sebastião da Capituba), Brasópolis (São Caetano da Vargem Grande) e Delfim Moreira (Soledade de Itajubá). Pouco tempo depois esses territórios foram se desmembrando de Itajubá.

Na corrida à exploração de pedras preciosas em Minas Gerais foram descobertas as minas de Nossa Senhora da Soledade do Itagybá, local onde se construiu a cidade de Delfim Moreira, na qual teve início a história da atual cidade de Itajubá. Um apetite de ouro e pedrarias que levaria à formação de povoados na região sul de nosso Estado.

Um apetite de ouro e pedrarias que levaria à formação de povoados na região sul de nosso Estado. Entre bravos e arrojados povoadores estava Miguel Garcia Velho, fundador da primitiva Itajubá, hoje cidade e município de Delfim Moreira.

Nas imediações de Passa-Quatro, Miguel seguiu pelos vales de Bocaina, afastando-se, pois da rota já trilhada por outros exploradores, a qual ia dar no Rio Verde e Baependi. Transpôs a Serra dos Marins e o planalto do Capivari, no qual andou descobrindo algumas pintas de ouro. No Córrego Alegre e nas águas do Tabuão encontrou maiores indícios do cobiçado metal. Pretendia alcançar a Serra de Cubatão, mas a mina do Itagybá foi a que mais o seduziu, e onde permaneceu por mais tempo, dando início ao povoado. Era 1703.

O garimpo nas minas de Itagybá foi efêmero. As catas e as gupiaras não compensavam o trabalho e não correspondiam à sede de riquezas de Miguel Garcia Velho e seus companheiros.

Os bandeirantes se retiraram, e quem ficou no povoado tratou de se arranjar com a agricultura e a pecuária. Povo laborioso, mas de minguados recursos, o arraial em desfavorável localização, e a Soledade do Itagybá não prosperou.

E a história da nova cidade de Itajubá começou na Soledade do Itagybá do Sargento-mor Miguel Garcia Velho.

A Freguesia de Nossa Senhora da Soledade de Itajubá (atual cidade e município de Delfim Moreira), já no meado do século XVIII, se encontrava sobremaneira abalada em seus recursos econômicos e sua vida social com a paralisação das atividades auríferas. Os aventureiros que, depois de Garcia Velho, lá estiveram, logo abandonaram aquelas minas. Os poucos habitantes do povoado, desde então, nem mais pensavam em ouro, que já não dava pão e comida a ninguém, de tão raro que ficou.

Com a morte pároco, Padre Joaquim José Ferreira, ocorrida em princípios de 1817, Soledade de Itajubá só se daria mais de um ano depois com o novo vigário, Padre Lourenço da Costa Moreira, através da nomeação real de D. João VI.

O vigário vinha acompanhado de seus escravos, da senhora D. Inês de Castro Silva, do Dominicano, menino de 5 anos, e de Delminda, pequerrucha de apenas 2 anos, os quais estavam sob os cuidados de zelosas mucamas de sua comitiva.

Itagybá
O nome Itagybá, que na língua indígena significa, “Rio das pedras que do alto cai”, cascata, foi dado em alusão à cachoeira junto às minas de Miguel Garcia Velho, sugerido por seus companheiros de expedição.

Como nunca faltava uma evocação religiosa católica nos antigos povoados, logo denominavam o lugarejo de Nossa Senhora da Soledade de Itajubá, ou, segundo se dizia então, do Itagybá.

A cascata histórica que emprestou o nome a Itajubá está na área urbana da cidade de Delfim Moreira, a primitiva Itagybá, a cerca de meio quilômetro do centro e de sua igreja Matriz.

Por lamentável confusão com a palavra itajuba (com a tônica no – jú), muita gente acredita que Itajubá significa pedra amarela. E a fantasia popular chegou a imaginar a existência de uma pedra amarela no município.

Fundação da Nova Itajubá
Dois meses depois de sua chegada à Soledade de Itajubá, o Padre Lourenço da Costa Moreira, durante a missa conventual, usou a tribuna sagrada para expor aos seus paroquianos que a má localização da aldeia não era favorável ao desenvolvimento e, do púlpito, convidou seus paroquianos a descer a serra, rumo ao Sapucaí, à procura de um lugar aprazível e bom, no qual se pudesse construir a nova sede da Freguesia. Permaneceria ali a Capela de Nossa Senhora da Soledade.

Na noite de 17 de março de 1819 reuniu o vigário, na Matriz, todos os fiéis que os seguiriam. Na manhã do dia seguinte, após a missa, a caravana rumou para as bandas do Sapucaí. Eram os pioneiros da nova Matriz, que marchavam com a missão de fundar a nova Itajubá.

No dia seguinte, rumando todos para o alto do cômoro, o Ibirita, segundo a denominação dos Puri-Coroados, o vigário se deslumbrou com o que viu. Não era preciso prosseguir a viagem. O local onde estavam lhe parecera excelente para a fundação do novo povoado e a sede da Freguesia. Alí em meio a clareira aberta pelos desbravadores, foi construído um altar e o Cruzeiro onde Padre Lourenço celebrou a primeira missa. Foi nesse altar erguido exatamente onde hoje se encontra a Matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Soledade, que nasceu, em 19 de março de 1819, a atual Cidade de Itajubá.
(Dados retirados do livro: "História de Itajubá”- BH / 1987 Armelim Guimarães)


sexta-feira, 21 de maio de 2010

Betim_MG


Betim
História & Cultura

A região de Belo Horizonte, onde se localiza o Município de Betim, teve seu desbravamento motivado pelas arrancadas dos bandeirantes ou colonizadores em busca de ouro e pedras preciosas. Por volta de 1710, Joseph Rodrigues Betim se fixava no local, ponto de interesse comercial e passagem de forasteiro à busca das minas de Pitangui. Betim e sua família, estabeleceram um acampamento às margens do Ribeirão da Cachoeira, que mais tarde recebeu o nome de rio do Betim.

Após a fixação no local, Joseph Betim requereu uma sesmaria, que passou a explorar e onde construiu uma rústica capela. Três anos depois, ergueu nova capela coberta de telhas, em torno da qual floresceu o arraial de Capela Nova de Betim.

A partir daí, começaram a chegar novos moradores, em número elevado, buscando terras devolutas, através de ordens governamentais, e desenvolvendo atividades agrícolas e pecuárias. Crescia a povoação, incentivada por fatores diversos; inauguração da Estrada de Ferro Oeste de Minas em 1910, exploração das pedreiras do município e construção da rodovia ligando Belo Horizonte e Uberaba.

O topônimo Betim originou-se daquele que teria sido o fundador da cidade Joseph Rodrigues Betim.

Fonte: IBGE

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Poços de Caldas_MG


POÇOS DE CALDAS
Historia & Cultura

A região onde se localiza o atual Município de Poços de Caldas foi inicialmente habitada pelos indios Cataguases que, em 1675, ofereceram combate e venceram a célebre bandeira de Lourenço Castanho, cognominado "O Velho".

Somente em meados do século XVIII verificou-se o seu desbravamento propriamente dito. Os desbravadores penetraram o Planalto, abrindo vias de comunicação para as novas "descobertas'' ou socavões, em pesquisas infrutíferas, através dos braços do rio Pardo. Três fatores influíram no desenvolvimento social e econômico deste período: a busca de ouro, a abertura de estradas - que facilitassem a fiscalização e dificultassem os contrabandos - e ainda a procura de "água santa", para fins medicinais.

Como até meados do século XVIII a "única coisa que dava valor aos territórios novos, motivando sua ocupação e povoamento, era a descoberta de ouro", a região só foi ocupada e povoada quando terminada a era da mineração e iniciado o "ciclo pastoril'.

Com a busca de pastagens para manter a pecuária valorizou-se a região dos "Campos de Caldas'', como passou a ser chamado o local. Com isto, facilitou a instalação do núcleo pastoril que, economicamente, substituiu a lavra e grupiara. Entre os que vieram para os "Campos de Caldas", nos últimos anos de 1700, encontrava-se o Padre Manoel Gonçalves Correia, que instalou uma fazenda no "Monte Alegre", junto à fronteira paulista. Lá ergueu uma ermida, a primeira igreja da região, dedicada a Nossa Senhora do Carmo.

Os povoadores foram aumentando e com sua propulsão, promovendo o recuo da divisa; se no "ciclo do ouro" era o descobrimento das novas minas que trazia a massa invasora, no "ciclo pastoril" a corrida pelas zonas das "campinas" fez com que o fenômeno se repetisse.

Em 1700, nas suas últimas décadas, toda a zona de Caldas era completamente despovoada. A região deserta entre as duas Capitanias estava, pois, limitada por duas estradas paralelas - a Estrada de Goiás, pelo lado paulista, e, pelo lado mineiro, as "antigas picadas reabertas por Luís Diogo, passando por Cabo Verde, Campestre e Ouro Fino". Foi em 1776 ou 77, que o guarda-mor Veríssimo João de Carvalho, anotado pelo "Cabo do Registro de Ouro Fino", fez a "tranqueira" que lhe tomou o nome. Ordenou-lhe a feitura o Governador da capitania de Minas Gerais, "para divisão entre as duas capitanias" e mandou que daquela tranqueira para dentro não se adiantasse "uma só polegada aos súditos de Minas, e nem se consentisse que por parte da Capitania de São Paulo se entrasse para a de Minas um só palmo".

Os paulistas, na "marcha para o Oeste" em demanda de pastagens, pulavam as tranqueiras e arrancavam os moirões de posse como tinham feito no "ciclo do ouro" e assim iam invadindo o Planalto. O recuo da divisa foi o curioso fenômeno que ligou geograficamente a Região do "planalto da Pedra Branca", também chamada "maciço de Poços de Caldas", ao desenvolvimento social e econômico da Capitania de Minas. Começou com a expulsão do paulista Bartolomeu Buenos do distrito de Campanha, em 1743, e terminou com a disputa entre a Câmara de Caldas e a de São João da Boa Vista, na Fazenda do óleo (atual município de Andradas), por ocasião do inventario de Antônio Martiniano de Oliveira, em 1874.

Quando das costumeiras penetrações realizadas pelos aventureiros da época, foram descobertos, em meio do planalto, os poços de água quente, cujo valor medicinal foi de pronto constatado. Nasceu desse fato o constante crescimento do lugarejo que imediatamente se formou nas vizinhanças dos poços. Esta data é considerada a de fundação da cidade de Poços de Caldas.

O nome de Caldas veio da tradição portuguesa relacionada com as águas de igual nome existentes em Portugal. Inicialmente era a freguesia de Nossa Senhora da Saúde das Águas de Caldas.

Desde 1886, funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas, na qual já era utilizada a agua sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Poços recebeu seu primeiro visitante ilustre, o Imperador Dom Pedro II, em outubro de 1.886. O mesmo esteve acompanhado da Imperatriz Dona Tereza Cristina para inauguração do ramal da Estrada de Ferro Mogiana.

Foi elevada a vila, com sede na povoação de Nossa Senhora da Saúde de Poços de Caldas e a denominação de Poços de Caldas, em 1889, tendo sido desmembrada do município de Caldas.

Com o aumento considerável do número de veranistas que procuravam Poços de Caldas para repouso ou tratamento e o crescimento de seu renome como estância hidroterápica, foi iniciada, em 1888, a construção do primeiro estabelecimento balneário.

Ao presidente Antônio Carlos Ribeiro de Andrada deve Poços de Caldas apreciáveis melhoramentos, que a tornaram a primeira Estância Balnearia da América do Sul.

A prosperidade e o luxo tiveram seu grande momento em Poços de Caldas enquanto o jogo esteve liberado no Brasil. Pelos salões do Palace Casino e do Palace Hotel desfilava a "nata" da aristocracia brasileira e até de outros países. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel, co a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país.

A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo da cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado. E os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas logo encontrou uma alternativa ao entrar no "ciclo da lua-de-mel", quando tornou-se elegante passar as núpcias na cidade e o turismo consiguiu fôlego para sobreviver. Depois deste período, o perfil do turista que visita Poços mudou. A classe média e grandes grupos passaram a frequentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade, antes retrito à elite.

Fonte: IBGE


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Londrina_PR


Londrina
Historia & Cultura

A partir de 1922, o governo estadual começa a conceder terras a empresas privadas de colonização, preferindo usar seus recursos na construção de escolas e estradas. Em 1924, inicia-se a história da Companhia de Terras Norte do Paraná, subsidiária da firma inglesa Paraná Plantations Ltd., que deu grande impulso ao processo desenvolvimentista da área.

Naquele ano, atendendo a um convite do governo brasileiro - que sabia do interesse dos ingleses em abrir áreas para o cultivo de algodão no exterior - chega a Missão Montagu, chefiada por Lord Lovat, técnico em agricultura e reflorestamento. Lord Lovat ficou impressionado com a exuberância do solo norte-paranaense e acabou adquirindo duas glebas para instalar fazendas e máquinas de beneficiamento de algodão, com o apoio de "Brazil Plantations Syndicate", de Londres.

O empreendimento fracassou, devido aos preços baixos e à falta de sementes sadias no mercado, obrigando a uma mudança nos planos. Foi criada, assim, em Londres, a Paraná Plantations e sua subsidiária brasileira, a Companhia de Terras Norte do Paraná, que transformaria as propriedades do empreendimento frustrado em projetoimobiliários. Na verdade, era uma tentativa de ressarcir o grupo inglês do prejuízo do projeto anterior.

Já de início, a Companhia concedeu todos os títulos de propriedade da terra, medida inusitada para as condições da região e mesmo do Brasil. Por isso, os conflitos entre colonos antigos e os recém-chegados praticamente não existiram na zona colonizada pelos ingleses.

Porém, a grande novidade introduzida pela Companhia e que lhe valeria o "slogan" de "a mais notável obra da colonização que o Brasil já viu" foi a repartição dos terrenos em lotes relativamente pequenos. Os ingleses promoveram, desta forma, uma verdadeira reforma agrária, sem intervenção do Estado, no Paraná, oferecendo aos trabalhadores sem posses a oportunidade de adquirirem os pequenos lotes, já que as modalidades de pagamento eram adequadas às condições de cada comprador.

Londrina surgiu em 1929 como primeiro posto avançado deste projeto inglês. Na tarde do dia 21 de agosto de 1929, chega a primeira expedição da Companhia de Terras Norte do Paraná ao local denominado Patrimônio Três Bocas, onde o engenheiro Dr. Alexandre Razgulaeff fincou o primeiro marco nas terras onde surgiria Londrina.

O nome da cidade foi uma homenagem prestada pelo Dr. João Domingues Sampaio, um dos primeiros diretores da Companhia de Terras Norte do Paraná.

A criação do Município ocorreu cinco anos mais tarde, através de Decreto Estadual assinado pelo interventor Manoel Ribas, em 3 de dezembro de 1934.

Sua instalação foi em 10 de dezembro do mesmo ano, data em que se comemora o aniversário da cidade. O primeiro prefeito (nomeado) foi Joaquim Vicente de Castro.

A partir daí, Londrina vem crescendo constantemente. Hoje a cidade exerce grande influência no Sul do País e contribui muito para a economia brasileira, sendo o principal ponto de referência do Norte do Paraná. No momento, Londrina vive a era do desenvolvimento industrial e vem atraindo cada vez mais investimentos para a região. Esse processo está dentro de uma política que visa, acima de tudo, a qualidade de vida dos cidadãos.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ouro Preto_MG


OURO PRETO
Historia & Cultura

Deve-se ao espírito intrépido e aventureiro dos bandeirantes paulistas o início do povoamento de Minas Gerais em fins do século XVII. Os sertões das Gerais, que viriam integrar o território do país em formação, atraíam então inúmeras expedições, em busca de ouro e pedras preciosas, ou de índios para o trabalho escravo em São Paulo.

Com o propósito de aprisionar indígenas, partiu de Taubaté, por volta de 1694, uma expedição rumo ao sertão dos Cataguases. Fazia parte do grupo o mulato Duarte Lopes, que já havia trabalhado nas minas de Paranaguá e Curitiba. A expedição acampou no local denominado então Serro do Tripuí. No topo de uma daquelas montanhas elevava-se uma pedra enorme e, logo abaixo, outra menor. Era o Itacolomi, que iria depois servir de ponto de referência para o reencontro do sítio onde Duarte Lopes descobriu, por obra do acaso, o ouro da região.

Duarte Lopes desceu do alto do Tripuí para beber água no córrego hoje denominado Antônio Dias e, conforme conta Antônio, "metendo a gamela na ribanceira para tirar a água e roçando-a pela margem do rio, viu que nela depois ficaram uns granitos da cor do aço, sem saber o que eram, e nem os companheiros". Levados esses granitos negros para Taubaté, foram vendidos a um certo Miguel de Sousa, que os mandou depois ao Governador do Rio de Janeiro, Arthur de Sá e Meneses. Examinados, verificou-se tratar-se de "ouro finíssimo", Ouro Preto.

No entanto, agora restava apenas um marco para o ouro do Tripuí: o pico do Itacolomi. Diversas bandeiras o procuraram avidamente sem conseguir, no entanto, localizá-lo. Coube a Antônio Dias de Oliveira a sorte de defrontá-lo no dia 24 de junho de 1698. Sua expedição havia chegado ali na véspera, ao anoitecer, e ao instalar o acampamento, seus componentes não suspeitavam que estavam diante do pico descrito por Duarte Lopes, oculto aquela hora pelas nuvens que habitualmente o escondem. Ao amanhecer, o Itacolomi surgiu no outro lado do vale, nitidamente desenhado contra o céu limpo. "Foi nessa madrugada", diz Diogo de Vasconcellos, "que realmente se fixou a era cristã das Minas Gerais".

Enviada a notícia para Taubaté, chegaram no ano seguinte ao Serro do Tripuí novos bandeirantes. Acompanhava-os o padre João de Faria Fialho, que rezou, numa capela de palha dedicada a São João, a primeira missa do nascente povoado, para onde começou, daí por diante, a afluir grande número de aventureiros.

De 1700 a 1701 a fome grassou entre aqueles homens avidamente entregues à extração do ouro, única atividade em que se ocupavam. Muitos deles, então, deixaram as minas do Tripuí e partiram em busca de novas descobertas. Antônio Dias de Oliveira e o padre João de Faria também abandonaram suas datas e não mais regressaram.

Em 1704, Pascoal da Silva Guimarães, mascate português procedente do Rio das Velhas, onde havia enriquecido, iniciou, na serra por onde passa hoje o caminho das Lajes, a mineração pelo processo de lavagem do barranco. O ouro, da melhor qualidade, surgiu ali em abundância, como terra. Novas levas de aventureiros ávidos invadiram o local, povoando-o rapidamente.

De 1707 a 1709, as minas viveram dias de grande agitação. Os paulistas revoltaram-se contra a concessão de terras e minas aos emboabas, como denominavam os portugueses, e aos brasileiros do Norte, alcunhados de baianos. Esses dois grupos deram origem à Guerra dos Emboabas. Após inúmeras lutas, que tumultuaram os povoados das Minas, coube, finalmente, a vitória aos portugueses.

Treze anos depois da chegada da bandeira de Antônio Dias de Oliveira ao Sêrro do Tripuí, era já considerável o progresso do arraial das Minas, surgindo assim a necessidade de sua elevação à categoria de vila. No dia 8 de julho de 1711, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, Governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, criava a Vila Rica de Albuquerque. Pouco depois, esse nome foi simplificado para Vila Rica, conforme ordem do Govêrno de D. João V, que não concordou com a denominação, dada sem prévia licença régia.

Por volta de 1720 entrava Vila Rica em fase de grande prosperidade quando foi abalada por violentos distúrbios. A 11 de fevereiro de 1719, D. João V criou, no distrito das Minas, as casas de fundição onde todo o ouro extraído tinha que ser fundido, para sofrer então uma dedução correspondente ao quinto para a Coroa, às despesas de fundição e a outras taxas. A Lei de D. João V proibia, também, a circulação do ouro em pó. Este novo sistema de cobrança dos quintos provocou entre os habitantes da vila uma revolta, que foi abafada pelo Conde de Assumar então Governador da Capitania. Felipe dos Santos, chefe dos revoltosos, foi preso, julgado sumariamente, enforcado e esquartejado. O próspero arraial do Ouro Podre, pertencente a Pascoal da Silva, foi inteiramente incendiado.

Mas a força do ouro, que aflorava fácil e abundante, continuou a impulsionar o progresso rápido de Vila Rica.

Em 1789, causou descontentamento geral no povo a chegada do Visconde de Barbacena, que ali fora com o propósito de proceder à cobrança dos quintos, cujo déficit era já superior a 500 arrobas de ouro. O lançamento da derrama deu origem à revolta que passou à história com o nome de Inconfidência Mineira. O grupo de conspiradores, composto de homens cultos e influentes, e que tinha no Alferes Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes - seu mais ardoroso adepto, foi traído e denunciado pelo Coronel Joaquim Silvério dos Reis. Presos os chefes do movimento, Tiradentes foi enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro e sua cabeça exposta num poste em Ouro Preto, na praça que tem atualmente seu nome. Outros elementos do grupo, entre os quais se encontrava o poeta Tomás Antônio Gonzaga, foram degredados para a África, Cláudio Manuel da Costa suicidou-se na prisão da Casa dos Contos e os sacerdotes cumpriram sentença em conventos de Lisboa.

No início do século XIX, a extração do ouro, que há muito vinha decrescendo, entrou em decadência. Vila Rica começou, então, a voltar-se para outras fontes de riqueza da região. Em 1811, Eschwege inicia, com amparo oficial, a construção da fábrica de ferro do Prata, no distrito de Congonhas do Campo, então Município de Ouro Preto, a qual entrou em funcionamento em 1812. Nessa mesma época existia em Ouro Preto uma manufatura de faiança, que mereceu de alguns observadores estrangeiros (Saint-Hilaire e Mawe) os melhores elogios. Esta indústria, no entanto, desapareceu. Mas a siderurgia e outros ramos industriais se desenvolveram e mantiveram sempre o equilíbrio da economia do Município.

Declarada a independência do Brasil, Vila Rica foi elevada, por decreto de 24 de fevereiro de 1823, a cidade Capital da Província de Minas Gerais. A carta imperial de 20 de março do mesmo ano confirmou aquele decreto, mudando-lhe o nome para Ouro Preto e conferindo-lhe o título de Imperial Cidade.

Ouro Preto permaneceu como sede do Governo de Minas até 12 de dezembro de 1897, quando a Capital foi transferida para Belo Horizonte.

Fonte: IBGE


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Niterói_RJ


NITERÓI
Historia & Cultura


Foi sempre das mais destacadas a posição de Niterói nos fatos da nossa História.

Os Tamoios, primitivamente os únicos possuidores dessas terras, também seriam os legítimos defensores dos territórios marginais da Guanabara. Foram êles surpreendidos pelos conquistadores portugueses e franceses, que lutariam pela posse da terra descoberta.

Foi assim desde janeiro de 1502, quando a expedição de André Gonçalves aportou à Guanabara. Os ameríndios tomaram partido e foram despojados dos seus preciosos tesouros pelos portugueses, acumpliciados com a tribo inimiga, chefiada pelo "cobra feroz" - o Araribóia.

Com a divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, as terras marginais da Guanabara integrariam o grandioso legado de Martim Afonso de Sousa, nome também pelo qual foi mais tarde batizado o cacique Araribóia.

A sesmaria do Dr. Antônio de Mariz ou Marins Coutinho, Provedor da Fazenda Real no Rio de Janeiro, bem como as de Pero Martins Namorado e José Adorno, incorporando as terras de São Lourenço e Caraí (Icaraí), doadas em 1560 e 1565 jaziam ainda semi-abandonadas, quando se processou a desistência do fidalgo português e sua mulher Isabel Velho, para formar o patrimônio de Araribóia e sua gente. Era esta sesmaria constituída de "todo o terreno, desde as primeiras barreiras vermelhas, correndo ao longo da baía acima caminho do norte até completar uma légua de terras e duas léguas para o sertão". Começava, na realidade, em Gragoatá e rumava até Maruí, onde tinha início outra sesmaria. A doação por Mem de Sá tornou-se efetiva a 16 de março de 1568, sendo a posse solene, com a presença do Governador Cristóvão de Barros, realizada em 22 de novembro de 1573. Esta a data maior de Niterói, considerada feriado municipal e ainda solenemente comemorada todos os anos, mesmo em detrimento da efeméride de 10 de maio, quando, em 1819, verificou-se a emancipação política da Vila Real da Praia Grande.

Instalou-se Araribóia, com sua tribo, na encosta do morro de São Lourenço onde foram construídas as primitivas choupanas e igualmente uma capela a primeira edificada em Niterói.

Não tardou que as terras da sesmaria fossem dadas em aforamento aos aventureiros que procuravam usurpar a propriedade dos Tupiminós.

A morte de Araribóia, segundo Vanhagen, em 1587, devia agravar a situação aflitiva dos homens da aldeia de São Lourenço, cujas terras continuavam a ser invadidas por exploradores, proporcionando demandas de grande duração e suscitando dúvidas, algumas prolongadas através dos séculos. O aldeamento foi extinto em 26 de janeiro de 1866 pelo Governo da Província, tal a situação de decadência.

A igrejinha do morro de São Lourenço, que substituiu a primitiva capela, ainda resistindo às intempéries, é o principal monumento da Cidade e está incorporada ao nosso Patrimônio Histórico.

A decadência da sede da aldeia de São Lourenço contrastava com a prosperidade das demais regiões. Surgiram, em curto prazo, povoações diversas na Praia Grande, Icaraí, Maruí, São Domingos, São Gonçalo, São Francisco, Jurujuba, Itaipu e outras localidades, ao mesmo tempo que aumentavam as lavouras e pequenas indústrias, nas várias propriedades em que também se multiplicavam as sesmarias.

No século XVIII o progresso econômico atingiria proporções maiores e, ao lado das fazendas, não poucos eram os engenhos de açúcar e aguardente, da mesma forma que prosperavam as lavouras de cereais, mandioca, legumes e frutas.

O comércio desenvolvia-se na mesma proporção das atividades agrícolas e as dezenas de barcos de transporte de gêneros e passageiros davam maior movimento ao litoral, em constante intercâmbio com outros portos das diversas freguesias e igualmente com os da Cidade do Rio de Janeiro. Consolidavam-se assim, nos fins do século XVIII, as possibilidades de progresso das freguesias, que eram já habitadas por milhares de paroquianos-livres e escravos.

O século XIX, com a vinda de D. João VI para o Brasil, marcaria o apogeu do progresso das freguesias do Recôncavo e particularmente a de São João de Icaraí.

Tornou-se famoso, nesses sítios, o dia 13 de maio de 1816, quando D. João resolveu passar a data do seu natalício em São Domingos.

A população da Praia Grande alvoroçou-se com a presença da Nobreza e as demonstrações militares, em que tomava parte tôda a tropa aquartelada nas imediações, principalmente a "Divisão de Voluntários Reais".

A criação da Vila Real da Praia Grande seria conseqüência lógica dessas demonstrações de carinho e solidariedade de toda uma população a El-Rei.

A 11 de agosto de 1819 realizava-se a solene instalação, com as demonstrações máximas de regozijo da população agradecida. Uma nova era de progresso também seria iniciada para toda a região, assim distinguida pela generosidade real.

Foi feliz a Vila Real da Praia Grande com o seu primeiro governo. Traçado o plano de urbanização das terras das freguesias de São Lourenço e São João, foi, segundo documentação preciosa, o mesmo de autoria de José Clemente Pereira - o primeiro Juiz-de-fora nomeado.

Quando deixou o cargo, em 1821, a Vila já possuía 747 habitações e 5.015 habitantes, sendo 2.771 escravos e 2.244 livres. A receita da Câmara foi nesse ano, de 2:164$715 e a despesa de 2:022$365.

Ainda em 1821, José Clemente Pereira transmitiu o honroso cargo ao seu substituto, o Dr. Antônio José de Siqueira e Silva, depois de haver prestado os mais relevantes serviços à nova comuna, conquistando a estima e gratidão da população.

Não foi das menos práticas e eficientes a cooperação das tropas enviadas pelas freguesias da "banda d'além" para dar combate aos franceses no Rio de Janeiro, por ocasião das invasões dos contingentes comandados por Duguay-Trouin e Duclerc, em 1710 e 1711. As últimas pugnas, no centro urbano, tiveram a colaboração preciosa, oportuna e decisiva dos milicianos de diversas zonas dessas freguesias de aquém Guanabara . Em combate travado nas proximidades do cais Parou, quando entrincheirados os intrusos no trapiche de Luiz Mota Leite, lutando contra as tropas de Duclerc, perdeu a vida o Capitão de Cavalaria Antônio Dutra da Silva, que comandava os milicianos de São Gonçalo e outras regiões, os defensores do referido reduto.

Antes ainda da data magna de 7 de setembro, não menos ativas e destemerosas mostraram-se as milícias da Praia Grande. Revoltadas as tropas do general Avilez, aquarteladas na Armação, tiveram a repulsa dos milicianos e do próprio povo. Os revoltosos foram obrigados a pedir clemência a Pedro I, apressando, assim, o embarque para Portugal.

O Ato Adicional, de 12 de agosto de 1834, deveria criar uma situação excepcional para os anseios de progresso da Vila Real.

Alcançada a verdadeira autonomia da Província do Rio, pela emancipação do Município Neutro, com administração autônoma, foi eleita a primeira Assembléia Provincial e os deputados convocados pelo presidente - Joaquim José Rodrigues Torres, futuro Visconde de Itaboraí para reunirem-se na Vila Real da Praia Grande.

Dessa primeira Assembléia faziam parte as personalidades de maior relevo no cenário político nacional e que mais intensamente haviam colaborado para a emancipação política.

Entre esses vultos eminentes, estavam Evaristo da Veiga, Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira, Francisco das Chagas Werneck, Caldas Viana, Paulino José Soares de Sousa (o futuro Visconde de Uruguai), que, em colaboração com o Presidente Joaquim José Rodrigues Torres ( Visconde de Itaboraí), deviam dar organização definitiva à administração da Província do Rio de Janeiro.

Uma das primeiras leis votadas seria a localização da capital da Província. A escolha recairia ainda na mesma vila, sede provisória e que foi elevada à categoria de Cidade pela Lei n.° 6, de 28 de março de 1835, com a consagração do topônimo Niterói.

Para a presidência da Província do Rio, seriam sempre escolhidos os mais experimentados estadistas. Desde o Visconde de Itaboraí, em 1834, até o Conselheiro Carlos Afonso de Assis Figueiredo, em 1889, ocuparam este elevado posto consagrados vultos da política nacional, entre os que mais se salientavam na administração da causa pública em terras do Império do Brasil.

Tal a importância de Niterói, em função desses múltiplos privilégios, que foi concedida, em 22 de agosto de 1841, à capital fluminense, o título de "Imperial Cidade".

A Cidade Imperial, capital da Província do Rio de Janeiro, seria também um foco de agitações em torno dos movimentos abolicionista e republicano.

Foi o quartel-general da mocidade fluminense, empenhada nas pugnas pela proclamação e consolidação da República. Alguns dos seus filhos ilustres, entre eles Benjamin Constant e Miguel Lemos, foram reformadores e pensadores do mais alto descortino e de grande predomínio nos meios culturais do país. Outros valores intelectuais colaborariam no próprio meio, nos Clubes Republicanos, nas redações, nas cátedras e nas praças públicas, entre os últimos bastaria citar os intimoratos propagandistas Silva Jardim e Alberto Torres.

Por essas mesmas razões, a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, não surpreendeu o povo de Niterói.

Na capital do Estado reuniram-se, no curto espaço de dois anos, dois Congressos Constituintes Senado e Câmara, em 1891, e Assembléia Fluminense Constituinte, em 1892, conseqüência esta última da deposição do primeiro governador, nomeado pelo general Deodoro da Fonseca o sr. Francisco Portela.

A revolta de 1893 teria reflexos os mais desastrosos para a Cidade de Niterói. Monumentos destruídos, bairros sacrificados, mortos e feridos, êxodo da população, lares desfeitos, ruínas, cores, sangue, lágrimas e desolação por toda a parte. Enfim, as conseqüências funestíssimas da guerra civil na cidade indefesa, somente contando com o heroísmo de seus filhos e a fibra do mais puro civismo dos batalhões patrióticos e dos seus comandantes, de que representa o maior padrão de glórias o grande defensor da "Cidade Invicta" - o general Fonseca Ramos.

Esta é a página mais brilhante da história de Niterói, quando todo o país sofria os horrores da revolução de 1893.

A Assembléia Legislativa foi convocada extraordinariamente, em janeiro de 1893, para tratar da mudança da capital. Foi vitoriosa a transferência imediata para a cidade de Petrópolis, verificada, após a resolução legislativa a princípio em caráter provisório, em 30 de janeiro de 1894, e mais tarde, em definitivo, em 1.° de outubro do mesmo ano.

Nos governos de Porciúncula (parte final), Maurício de Abreu e Alberto Torres, bem como em parte no triênio de Quintino Bocaiúva, o Estado do Rio de Janeiro teve como sede a Cidade de Petrópolis.

Por deliberação da Assembléia, de 4 de agosto de 1902, Niterói tornaria a ser sede do governo fluminense. A solene instalação realizar-se-ia em 20 de junho de 1903, com as máximas demonstrações de júbilo das autoridades e do povo.

Após a reinstalação da capital em Niterói, retomadas as condições normais de paz e de trabalho profícuo, foi que a "Cidade Invicta" voltou ao ritmo bem mais acelerado de progresso. Nas administrações dos prefeitos nomeados, principalmente Paulo Alves e Pereira Ferraz, nos governos Nilo Peçanha e Alfredo Baker, as transformações foram as mais completas, ampliando de muito o ótimo plano de urbanização de José Clemente Pereira, com a abertura das novas e amplas avenidas, reforma dos parques e embelezamento das praias.

Êsse novo impulso, para as conquistas relativas às modernas técnicas inovadoras, principalmente urbanísticas, influiria extraordinariamente para melhorar a fisionomia dos bairros antigos, já agora modernizados e apresentando novos aspectos. Esses melhoramentos atingiram ainda mais elevado clímax com a ampliação das obras de saneamento, calçamento e embelezamento, bem como criação de novos serviços a serem continuados por administrações que, mais ou menos intensivamente, vêm colaborando para esse mesmo progresso.

Concomitantemente, fatores econômicos os mais diversos cooperaram para esse novo surto de progresso que atingiria ao máximo nos últimos anos. Inúmeras fábricas foram instaladas nas ilhas e zonas urbanas e suburbanas, o comércio desenvolveu-se, as modernas comunicações rodoviárias, ferroviárias e marítimas foram bastante ampliadas e aperfeiçoadas. Todo esse conjunto, ao lado de outras condições de vida nova e ativa, pôde possibilitar a era de um estágio de grandeza em nossos dias.

Ainda no regime de reivindicações políticas administrativas e territoriais, pela nova organização administrativa do Estado do Rio de Janeiro, a vigorar no qüinqüênio 1944/1948, foi possível a reincorporarão do Distrito de Itaipu ao Município de Niterói.

Paralelamente ao progresso econômico e social, também o cultural, no sentido do desenvolvimento maior das letras, das artes e das ciências, desempenharia, como desempenhou, ação preponderante nessa evolução.

As Academias de Letras, Sociedades Médicas, bibliotecas, museus, monumentos históricos e artísticos, imprensa, ao lado de um número elevado de outras tantas associações científicas, artísticas, filantrópicas, profissionais, recreativas, integrando finalidades e aspirações da população de mais de duzentos e noventa mil habitantes, colocam bem alto, no justo renome de um notável centro urbano dos mais destacados e evoluídos, a cidade de Niterói, capital do Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: IBGE


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Macaé_RJ


Macaé
Historia & Cultura

No século XVII, o Governo espanhol, ao qual Portugal estava submisso, teve a sua atenção despertada no sentido de combater piratas, que agiam com a cumplicidade de índios e mamelucos. Na extração do pau-brasil por volta de 1614, o diplomata Gondomar, embaixador da Espanha em Londres, alertava o monarca Felipe II de que aventureiros ingleses se apresentavam para estabelecer e fortificar um porto entre o Rio de Janeiro e Espírito Santo, auxiliados pelos mamelucos Gaspar Ribeiro, João Gago e Manoel de Oliveira, que habitavam o lugar.

Foram tomadas providências, a fim de prevenir-se contra novas tentativas dos corsários: o Governo de Madri transmitiu instruções ao governador-geral Gaspar de Sousa para que "estabelecesse de cem a duzentos índios numa aldeia sobre o rio Macaé (Miquié na linguagem dos indígenas, primitivamente chamado rio dos bagres) em frente a ilha de Santana e que fundasse um estabelecimento semelhante sobre o rio Seripe (atual rio das Ostras), onde o inimigo cortava as madeiras corantes". E mais: "A cada aldeamento se daria um jesuíta. Devia comandar o primeiro, Amador de Sousa, filho do célebre Araribóia, e o segundo, seu sobrinho Manoel de Sousa".

A fundação daquelas aldeias muito concorreu para o povoamento de parte até então abandonada da Capitania de São Tomé. Dando sentido prático às determinações do soberano, os jesuítas aldearam no local indígenas de Cabo Frio e os da nação Aitacás (provavelmente um ramo dos Goitacás). Já Em 1630 aqueles religiosos que possuíam uma fazenda, que contava com um engenho, colégio e capela, construídos no morro de Santana.

Após 1759, quando foram expulsos os jesuítas em virtude de campanha movida contra sua Ordem pelo Marquês de Pombal, ministro de D. José I, as terras foram redistribuídas e, à medida que se fundavam novas fazendas, a população aumentava, desdobrando-se em outras povoações com elementos vindos de Cabo Frio e Campos, na sua maior parte.

Durante largo período Macaé teve papel importante na economia norte-fluminense, funcionando o porto de Imbetiba como escoadouro da produção açucareira da zona campista, para ali transportada através do Canal Campos a Macaé, construído em 1874, e por diversos ramais ferroviários então existentes (Estradas de Macaé, Barão de Araruama, Urbana de Macaé e Quissamã). Essa função, extinguiu-se, porém, com a construção da Estrada de Ferro Leopoldina, cujos trilhos passaram a ter preferência para o transporte da mercadoria, o que acarretou o declínio do porto.
Fonte: IBGE

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Natal_RN


NATAL –
Historia & Cultura


Em meados do ano de 1597, Manuel Mascarenhas Homem, capitão-mor da capitania de Pernambuco, enviou a mando de D. Francisco de Souza, governador-geral do Brasil, uma expedição militar à nossa capitania do Rio Grande, no intuito de expulsar os franceses que haviam aqui se instalado.

Entre os destaques da expedição, encontravam-se Jerônimo de Albuquerque, comandante da expedição marítima, e Feliciano Coelho, que avançou, por terra, da Paraíba.

A idéia de enviar uma expedição partiu de Sua Majestade o Rei Felipe II de Portugal, temendo que os franceses, que tinham a população indígena local como aliados, pudessem ganhar terreno aqui no nordeste e disputar as fatias de terra em outras regiões do Brasil. A expedição tinha a ordem do rei para construir uma fortaleza, que rebatesse possíveis tentativas de invasão estrangeira, e uma cidade, para firmar definitivamente o marco português aqui no Rio Grande.

Foi num sábado, dia 24 de junho de 1598, no encontro das águas do Potengi com o oceano Atlântico, que se deu a inauguração da primeira Fortaleza dos Reis Magos, construída em madeira. Já estão sendo feitas modificações na estrutura. Dizem que fora feita toda em pedra, cal e óleo de baleia! No dia 25 de dezembro 1599, foi inaugurada a primeira igreja matriz, tendo sido rezada uma missa comemorativa, e a pequena vila foi batizada com o nome de Natal, em homenagem ao nascimento de Jesus Cristo.

Somente a partir dos anos 20, Natal começou a se desenvolver de maneira mais rápida. Durante a Segunda Guerra, as Força Aliadas aqui se instalaram. Em seus aviões, partiam para Dakar, na África, com destino ao conflito na Europa.

Natal é hoje um dos principais destinos turísticos do Brasil. Suas dunas, praias e o fato de ter o ar mais puro das Américas atrai pessoas de todo o mundo.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Recife_PE


RECIFE
História & Cultura

No começo, alguns pescadores e homens do mar se estabeleceram na estreita porção da terra, que vinha de Olinda e se alargava para as bandas do extremo sul. Alguns armazéns para recolher os açúcares; uma pequena ermida, sob a invocação de um santo amigo das gentes do mar - São Telmo, o Recife começou assim.

Mais tarde, os pesados veleiros, que precisavam refrescar em águas bem abrigadas, livres da agitação do ancoradouro de Olinda, buscaram a sombra dos arrecifes, que se erguiam ao sul. Assim surgiu o Recife, em função do velho ancoradouro espécie de largo canal situado entre os arrecifes de arenito e a península, onde se misturavam as águas do mar e as dos dois rios - o Capibaribe e o Beberibe.

Construíram-se, depois alguns fortes - o do Mar, o de São Jorge e o do Bom Jesus, que, mais tarde, em 1561, defenderiam o Recife contra o ataque dos piratas franceses, aqueles que deixaram gravada numa das pedras do arrecife "Le monde va de pis en pis".

Mas, somente em 1630, quando a humilde povoação se estendera até a ilha dos Navios, na confluência dos dois rios, e já apresentava a igreja que os frades franciscanos ali haviam erguido, dar-se-ia a grande invasão holandesa, empreendida por uma esquadra de 56 navios, comandada por Henry Cornell Lonck.

Abria-se um dos capítulos mais movimentados, vivos e heróicos da história de Recife. Defendida por Matias de Albuquerque, ocupada pelos holandeses, governada pelo Conde João Maurício de Nassau, Recife nunca foi subjugada de todo. Nem mesmo no brilhante governo de Maurício de Nassau, que dotou a terra de amplos jardins e palácios, promoveu a vinda de homens ilustres, como Marcgraf, botânico; Franz Post e Eckout, pintores; Clalitz, geógrafo; Plante, latinista e poeta; Piso, naturalista.

João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Filipe Camarão e Henrique Dias são os principais heróis da Restauração Pernambucana, movimento em que culminava a surda hostilidade e resistência contínua contra os dominadores. Na Campina do Taborda, pernambucanos e holandeses, depois das duas memoráveis batalhas dos montes Guararapes, assinam a capitulação no dia 23 de janeiro de 1654. Durara 24 anos o domínio holandês.

Após a Restauração, o Recife entra em período de intenso desenvolvimento, facilitado pelas trocas comerciais através do seu porto. Disto resulta grave rivalidade com Olinda, cujo desfecho vem a ser o conflito que passou à historia com a denominação de Guerra dos Mascates. Era a revolta dos nobres de Olinda contra os portugueses do Recife, ciosos da elevação de seu povoado à categoria de Vila, mediante a instalação do pelourinho, em 1710. Nessa movimentada luta surgiu o Sargento-mor Bernardo Vieira de Melo, com a sua proposta da instauração de uma República na capitania, "ad instar" da de Veneza, talvez a primeira tentativa de implantação do regime republicano na América. Sufocada a rebelião, o pelourinho é reerguido e o Recife permanece como Vila.

A cidade marca o seu progresso com a instalação de uma Alfândega, a construção de várias pontes, a execução de aterros, que ganham novas superfícies úteis às terras alagadas. A 6 de março de 1817, rebenta no Recife uma revolução de caráter republicano e nativista. Os nomes de Domingos Teotônio, Manuel Correia de Araújo, Domingos José Martins, Pedro de Souza Tenório, José de Barros Lima e outros estão na boca de todos. O movimento, porém, é dominado e um governo despótico é instituído, tendo à frente Luís do Rego Barreto. Mais tarde, a 26 de outubro, o governador português e suas tropas embarcam para Portugal; tropas de além-mar não mais desembarcariam no Recife.

Pernambuco, assim, tornava-se independente antes do Grito do Ipiranga. O Recife é elevado à categoria de Cidade, no dia 5 de dezembro de 1823. No ano seguinte, rebenta outra revolução de caráter republicano, que passou à história sob o nome de Confederação do Equador. Dentre os heróis desse movimento destaca-se Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, que foi fuzilado a 13 de janeiro de 1825. Em 1827, o Recife passa a ser capital da província.

Dois movimentos revolucionários, a setembrizada e a abrilada, em 1831 e 1832, respectivamente, são logo dominados.

Em 1838, assume o governo da província Francisco do Rego Barros, posteriormente Conde da Boa Vista, cuja administração foi assinalada por notáveis melhoramentos urbanos. Duas grandes realizações datam desse período: a construção do Palácio do Governo e a do primitivo Teatro Santa Isabel, obra do engenheiro francês Louis Léger Vauthier, que o Conde fizera vir de Paris, de onde vieram, também, outros técnicos. Cais, estradas, pontes, abastecimento de água, uma Repartição de Obras Públicas, foram algumas das tarefas empreendidas por Francisco do Rego Barros.

Esse brilhante período da vida do Recife foi perturbado, todavia, pela Revolução Praieira, irrompida em 1848 e organizada pelo partido liberal, composto dos "praieiros". Chefes principais: Pedro Ivo, João Roma, Nunes Machado - este último morto bravamente em combate.

O Recife entra, então, numa fase de acelerado progresso. A cidade começa a ampliar-se, iniciando-se, em 1907, a execução do grande e modelar plano de saneamento, concebido pelo higienista Saturnino de Brito.

Fonte: IBGE