Entre julho e novembro, em Abrolhos, no sul da Bahia, turistas e pesquisadores ficam de olhos bem abertos, fitando o horizonte à procura de borrifos, saltos e, principalmente, caudas.
As nadadeiras caudais são como impressões digitais para identificar as baleias da espécie jubarte, que, durante o inverno e a primavera, migram em massa para acasalar, dar à luz e amamentar nas águas quentes de Abrolhos.
Para ter uma idéia da importância dessa região, cerca de 80% das jubartes contabilizadas no litoral nordeste e sudeste do Brasil costumam ser avistadas ali.
Se no mar de Abrolhos é possível ver uma média de 30 jubartes por dia, entre outras baleias, como a franca e a minke, além de cetáceos como o golfinho-nariz-de-garrafa, o golfinho-de-dentes-rugosos e o boto-cinza, no ar se vê uma profusão de pássaros.
Nas cinco pequenas ilhas, dispostas em arco porque provavelmente já fizeram parte da cratera de um vulcão, vivem grandes populações de diversas espécies de aves marinhas. A Redonda é ocupada por fragatas, a Guarita pelos beneditos, na Sueste concentram-se os atobás-marrons, enquanto os atobás-brancos se dividem entre a Siriba e a Santa Bárbara.
Sob a água, Abrolhos abriga o maior conjunto de corais do Atlântico Sul, incluindo o chamado chapeirão, uma formação coralina única no mundo, semelhante a um cogumelo. De abril a dezembro a visibilidade chega a 20 metros, transformando o lugar em um verdadeiro aquário natural, com uma infinidade de peixinhos coloridos, nadando entre garoupas, arraias, tartarugas, barracudas e tubarões.
A única ilha habitada é a de Santa Bárbara, onde vivem alguns militares e funcionários do Ibama. As visitas ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos são rigorosamente controladas para que todo esse luxuoso patrimônio ambiental continue bem preservado.
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