Ilha de Páscoa, Chile
(autoria por mim desconhecida)
A Ilha de Páscoa (em espanhol: Isla de
Pascua, em rapanui é denominada Rapa Nui ("Ilha Grande"), Te Pito O
Te Henúa ("Umbigo Do Mundo") e Mata Ki Te Rangi ("Olhos Fixos No
Céu") é uma ilha da Polinésia oriental, localizada no sul do Oceano
Pacífico (27º 10' latitude Sul e 109º 25' longitude Oeste). Está situada a 3
700 km de distância da costa oeste do Chile e constitui a província chilena de
Ilha de Páscoa. Sua população em 2002 era de 3 791 habitantes, 3 304 dos quais
viviam na capital Hanga Roa. É famosa pelas suas enormes estátuas de pedra, faz
parte da V Região de Valparaíso, pertencente ao Chile.
Na pré-história humana, até 1200
a.C., a expansão polinésia é contada como uma das explorações marítimas mais
dramáticas. Povos vindos do continente asiático – agricultores, navegadores,
aparentemente originários do arquipélago de Bismark, a noroeste da Nova Guiné,
atravessaram quase dois mil quilômetros de mar aberto, a bordo de canoas, para
atingir as ilhas da Polinésia Ocidental de Fiji, Samoa e Tonga. Os polinésios,
apesar da ausência de bússola, instrumentos de metal e escrita, eram mestres da
arte da navegação e da tecnologia de canoas à vela. Os seus ancestrais
produziam uma cerâmica conhecida como estilo lapita.
Alguns historiadores acreditavam
que as ilhas polinésias foram descobertas por acaso. Hoje, porém, há fortes
indícios de que, tanto as descobertas como a colonização foram planeadas por
viajantes que, numa incursão predeterminada, navegavam rumo ao desconhecido. A
rota mais provável para a colonização da Ilha De Páscoa deve ter sido a partir
das ilhas de Mangareva, Pitcairn e Henderson, as duas últimas funcionando como
trampolins visto que uma viagem directa de Mangareva à Páscoa dura cerca de dezessete
dias, principalmente transportando produtos essenciais para a sobrevivência da
colônia. A transferência de muitas espécies de plantas e animais – de taro a
bananas e de porcos a cães e galinhas, não deixam dúvidas sobre o planejamento
da ocupação da Ilha De Páscoa pelos seus colonizadores.
É incerta a data da ocupação da
Ilha De Páscoa, tanto quanto é incerta a data da colonização das ilhas
polinésias. Publicações sobre a Ilha De Páscoa registram a sua possível
ocupação entre 300-400 d.C., com base em cálculos de tempo a partir de
divergências linguísticas – técnica conhecida como glotocronologia, e em
datações radio carbônicas de carvão, além de sedimentos lacustres. Entretanto,
especialistas na história de Páscoa questionam tais cálculos, considerados
precários quando aplicados a idiomas complexos como o pascoense "(…)
conhecido por nós principalmente através de, e possivelmente contaminado por,
informantes taitianos e marquesanos."
Ilhota Motu Nui, parte da
cerimônia do culto ao homem-pássaro.
Jacob Roggeveen, o descobridor da
Ilha de Páscoa.No período 600-800 (as datas exatas ainda são objeto de
discussão) as ilhas da Polinésia Oriental (ilhas Cook, ilhas da Sociedade,
ilhas Marquesas, Austrais, Tuamotu, Havaí, Nova Zelândia, Pitcairn e Páscoa)
foram colonizadas. Datações radiocarbônicas mais confiáveis – obtidas através
de amostras de carvão e de ossos de golfinhos – que serviram de alimento para
seres humanos – extraídas das mais antigas camadas arqueológicas, oferecem
prova de presença humana na praia de Anakena. A datação dos ossos de golfinhos
foi realizada pelo método EMA (Espectrometria de Massa com Acelerador).
Estima-se, portanto, a primeira ocupação de Páscoa em algum tempo antes de 900.
Por volta de 1200 os polinésios expandiam suas rotas até Nova Zelândia,
completando a ocupação das ilhas habitáveis do Pacífico.
Há evidências de que os insulares
de Páscoa fossem típicos polinésios, vindos da Ásia em vez da América. Sua
cultura saiu da cultura polinésia. Falavam um dialeto polinésio oriental relacionado
ao das ilhas do Havaí e das Marquesas (semelhante ao dialeto conhecido como
antigo mangarevano). Seus instrumentos (arpões, anzóis, enxós de pedra, limas
de coral) eram polinésios e assemelhavam-se a antigos modelos das ilhas
Marquesas. Muitos de seus crânios apresentavam uma característica polinésia
conhecida como “mandíbula oscilante”. Amostras recolhidas de 12 esqueletos
enterrados nas plataformas foram analisados e todos possuíam “(…) uma deleção
de nove pares de bases e três substituições de bases presentes na maioria dos
polinésios (…)”. Este estudo de DNA comprova que duas dessas três substituições
de bases não ocorrem nos nativos americanos, contrariando a tese do explorador
norueguês Thor Heyerdahl de que a ilha de Páscoa fora colonizada através do
Pacífico oriental, por sociedades indígenas avançadas da América do Sul.
Chegada européia a 5 de abril de
1722, o explorador neerlandês Jacob Roggeveen atravessou o Pacífico partindo do
Chile em três grandes navios europeus, e após dezessete dias de viagem
desembarcou na ilha num domingo de Páscoa, daí o seu nome, que permanece até
hoje.
A expedição espanhola de Gonzalez
(1770) nada registrou além de diários de bordo. A primeira e mais adequada
descrição da ilha foi feita pelo Capitão James Cook, em 1774, em sua breve
visita de apenas quatro dias, com o seu destacamento, quando realizou o
reconhecimento do território pascoense. Cook tinha a vantagem de estar
acompanhado por um taitiano, cujo polinésio era similar ao dos insulares, possibilitando
o entendimento entre eles.
Em 1870, comerciantes europeus
tomaram posse das terras e introduziram gado ovino na ilha. Em 1888, o governo
chileno anexou Páscoa, que se tornou uma fazenda de ovelhas administrada por
uma empresa escocesa estabelecida no Chile. Os nativos passaram, então à
condição escrava: trabalhavam para a empresa e eram pagos em bens e víveres,
"(…) no barracão da empresa em vez de dinheiro.". Os nativos, em
1914, se revoltaram contra o invasor estrangeiro, porém foram dominados com a
chegada de um navio de guerra chileno que intercedeu pela empresa. Somente em
1966, mais de meio século depois, os insulares foram reconhecidos como cidadãos
chilenos. Os insulares e chilenos nascidos no continente são em número igual ao
dos nativos. Ainda hoje existe tensão entre eles, porém renasce no pascoense o
orgulho cultural e sua economia é estimulada pelo turismo: há diversos vôos
semanais vindos de Santiago e do Taiti, realizados por empresa aérea estatal do
Chile, transportando visitantes atraídos pelas famosas estátuas.
A Ilha de Páscoa está a cerca de
3.700 quilômetros do litoral chileno. Além de sua beleza, esta ilha isolada do
Pacífico tem os famosos Moais, esculturas monumentais com um tamanho que de até
20 metros. Os Moais teriam sido construídos pelos herdeiros de uma civilização
muito avançada mas que teria desaparecido bruscamente. Apesar das muitas
teorias, o mistério sobre a construção dessas estátuas continua.
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