Em Minas Gerais, o sonho de uma nova capital existiu desde a época da Inconfidência – movimento de elites culturais e econômicas contra o domínio português, no século XVIII.
A Proclamação da República, no final do séc. XIX, gerou o momento oportuno para a realização do projeto de construção da cidade. Vila Rica, hoje Ouro Preto, símbolo de um período de exploração e imperialismo, não condizia com os ideais de modernidade que referenciavam os novos tempos.
Assim, apesar da discordância de grupos que defendiam a permanência da capital em Vila Rica (os "não-mudancistas") e da desaprovação do povo ouropretano (que resistiu à decisão até o último instante), foi dada a largada para a nova "Cidade de Minas".
Em 17 de dezembro de 1893, o então presidente de Minas Gerais Afonso Pena promulgou a lei que designava o Curral del-Rei para ser a capital do Estado - vencendo a disputa com Barbacena, Paraúna, Juiz de Fora e Várzea do Marçal.
A escolha se deu principalmente pelas qualidades climáticas e topográficas da região, habitada desde os primórdios do séc. XVIII. Apesar de não contar com muitos córregos e minas auríferos, o modesto arraial - que teve como primeiro habitante o bandeirante João Leite Ortiz, fundador da Fazenda do Cercado - era rico em belas paisagens e com terra boa para a agricultura. Apoiado na atividade agrícola e pastoril e no trânsito constante de tropeiros, o Curral del-Rei havia se desenvolvido e se tornado um importante centro de abastecimento e produção.
A concepção urbanística da nova capital teve a responsabilidade do engenheiro paraense Aarão Reis, que, influenciado pelos ideais positivistas da época, concebeu uma cidade planejada, nos moldes de Paris e Washington. Entretanto, a "Cidade de Minas" acabou sendo inaugurada às pressas, em 12 de dezembro de 1897 – para cumprir o prazo mínimo exigido para a transferência definitiva do governo. Resultado: foi entregue ainda em obras, poeirenta e com prédios a construir. O povoamento aconteceu através de incentivos do governo – para a concessão de lotes gratuitos e ajuda na construção de residências.
Em 1906, a "Cidade de Minas" passou a se chamar "Belo Horizonte". Nessa época, já se anunciava sua expressiva expansão industrial - que alavancou o comércio e a prestação de serviços.
No decorrer do século XX, a cidade se desenvolveu mais do que o esperado, excedendo os limites planejados da avenida do Contorno e mesmo as fronteiras municipais.
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