terça-feira, 6 de abril de 2010


CURITIBA – PR
História & Cultura

É do ciclo da exploração do ouro o descobrimento dos Campos de Curitiba, também chamado Sertão de Paranaguá, como consta de vários mapas da época.

As levas de garimpeiros subiam o Ribeira, e batendo-lhe todo o curso, atingiam o Rio Assungui e deparavam ao sul com os Campos de Curitiba, onde vários deles se fixaram com suas famílias. Outros vindos do litoral, galgaram a Serra do Mar e se estabeleceram no planalto.

A primeira notícia de bandeirantes nesses campos data de 1661, de uma carta de sesmaria a favor de Baltazar Carrasco dos Reis, dando-lhe posse no Barigui, onde, segundo diz em sua petição, já residia há alguns anos, com sítio de criação, e era confrontante com Mateus Martins Leme. Os grupos de Baltazar e Mateus eram aparentados, foram os primeiros moradores efetivos dos Campos de Curitiba e constituíram a maioria representativa dos povoadores.

Eleodoro d'Ebano Pereira, primeira autoridade a representar o governo colonial no sul, em ofício de 4 de março de 1649, comunicou a Gabriel de Lara, Capitão-­mor de Paranaguá, estar investido, pelo Governador-Geral do Rio de Janeiro, das funções de Administrador das Minas dos Distritos do Sul. A sua presença nessa região contribuiu para a formação de arraiais, mesmo provisórios, que foram a base dos povoados estáveis que os sucederam, originando-se, assim, o povoado de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais, futura Curitiba.

Eleodoro d'Ebano traçou um mapa das minas do litoral, em que assinala, ao poente da Serra do Mar, o arraial de Curitiba, representado por um grupo de casas.

Em 1668, Gabriel de Lara, como Procurador do Donatário da Capitania, subiu ao planalto, tomou posse da povoação que estava surgindo nos Campos de Curitiba, em terras e limites da demarcação do Sr. Marquês de Cascaes, nela encontrando dezessete moradores. Ali concedeu ao Capitão Mateus Martins Leme a sesmaria do Barigui, investiu-o de autoridade para dar sesmarias em nome d'El-Rei e fez levantar o Pelourinho na praça da igreja, em sinal de posse e poder público. O patriarcado do Capitão Povoador e Dizimeiro Mateus Leme foi absoluto e respeitado durante toda a sua vida.

A grei curitibana morava em sítios dispersos, distantes da sede da povoação. Vários moradores possuíam casas na praça da capela, para as quais vinham de vez em quando e principalmente por ocasião de práticas e festas religiosas.

Em face da constante entrada de aventureiros e de pessoas egressas de outros centros, o povo fez a Mateus Leme uma petição no sentido de ser organizada a vila, e ele assim despachou: "Junte-se o povo. Deferirei o que pedem. Pinhais, 24 de março de 1693. (a) Leme."

Em 29 de março de 1693 reuniram-se os povoadores na igreja da freguesia e aclamaram "seis homens de sã consciência" para que eles nomeassem as autoridades da Administração e Justiça, o que foi feito no mesmo dia. Com a eleição juramento e posse das primeiras autoridades, ficou constituído e organizado o Governo da Vila de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais.

Ainda a respeito da fundação de Curitiba há várias versões, narradas por diversos historiadores. Uma delas conta que esses bandeirantes, em época incerta, teriam convidado o cacique dos campos de Tindiquera, às margens do Rio Iguaçu, para que lhes indicasse o melhor local para a instalação definitiva da povoação. O referido cacique, à frente do grupo, trazendo uma grande vara, após longo percurso pelos campos, fincou-a no chão e disse: "Aqui". Nesse mesmo lugar erigiram uma capelinha de pau-a-pique, em louvor a Nossa Senhora da Luz, local onde hoje se ergue a Catedral Metropolitana de Curitiba.

Segundo documentos existentes na Matriz de Curitiba, a paróquia já existia por volta de 1715, não sendo desmembrada de outra freguesia.

A mineração, a criação e o comércio de gado, e finalmente a roça formaram sucessivamente os três ciclos de povoamento do território curitibano.

Em 1735 o comércio de tropas entre Curitiba, Itu e Sorocaba estava estabelecido com certa intensidade.

Pela Lei Imperial nº 704, de 29 de agosto de 1853, a 5ª Comarca de São Paulo elevou-se à categoria de Província e a antiga vila de Nossa Senhora dos Pinhais de Curitiba passou a Capital da nova Província do Paraná, situação ratificada pela Lei especial de 1854. A sua instalação foi a 19 de dezembro.

A cidade de Curitiba recebeu, a 21 de maio de 1880, a visita de D. Pedro II e de D.Teresa Cristina, que inauguraram o Hospital de Caridade de Curitiba.

O Clube Republicano de Curitiba foi fundado em 1885. A 25 de março de 1888 foi criada a Confederação Abolicionista Paranaense.

Nos primitivos tempos da vida pública de Curitiba, os chefes do Governo Municipal eram presidentes da Câmara de Vereadores. No Segundo Império, foi criado o cargo de Superintendente Municipal, ocupado pelo chefe do Executivo, ficando o Legislativo independente. Só depois da Proclamação da República foi criado o cargo de Prefeito Municipal.

Fonte: IBGE

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