FERNANDO DE NORONHA – PE
História & Cultura
Do fogo surgiu o paraíso: o arquipélago de Fernando de Noronha, um vulcão extinto há milhões de anos, o topo de uma cadeia de montanhas submersas – a Dorsal Mediana do Atlântico São 21 ilhas, ilhotas e rochedos, com uma área total de 26 km, a 360 km de Natal (RN) e 545 km do Recife (PE) e 2.600 km do continente africano. A ilha principal, a única habitada, tem 17 km de extensão e nela se concentram todas as atividades sócio-econômicas do arquipélago;
Foi descoberto em 10 de agosto de 1503, pela navegador Américo Vespúcio, participante da 2 Expedição Exploradora, comandada por Gonçalo Coelho e financiada pelo fidalgo português Fernão de Loronha, no dia em que ocorreu o 1° naufrágio do Brasil, nas proximidades da ilha A descoberta condicionou a doação da ilha, pelo Rei de Portugal, em 1504, ao financiador da expedição, vindo daí o seu nome. A doação foi em forma de Capitania Hereditária (a 1 do Brasil, 30 anos antes da implantação do regime no Brasil).
O donatário jamais tomou posse de suas terras que, abandonadas, atraíram as atenções de muitos povos, dentre os quais os alemães (que a abordaram em 1534), os franceses (também em abordagens em 1556, 1558 e 1612), os ingleses (em 1577), o holandeses ( que nela se fixaram por 25 anos, entre 1629 e 1654) e os franceses (que aí viveram um ano, entre 1736 e 1737).
Após mais de dois séculos de abordagens e ocupações temporárias, Portugal resolveu reocupar e colonizar a ilha, em 1737, através. Da capitania de Pernambuco. Para isso um sistema de defesa foi implantado, com dez fortificações estrategicamente posicionadas, para a defesa de todas as praias onde pudesse ocorrer desembarques. Também foram construídos dois núcleos urbanos para o funcionamento de uma Colônia Correcional para presos comuns vindos de Pernambuco: a Vila dos Remédios e a Vila da Sambaquixaba ou da Quixaba. Em diversos períodos políticos nacionais também foram aí abrigados presos políticos, como os ciganos do Brasil (em 1739), os farroupilhas (em 1844) e os capoeiristas (em 1890). Em 1938 a ilha foi requisitada pela União para tornar-se oficialmente um Presídio Político.
Em 1942 tornou-se um Território Federal, administrado por militares (Exército até 1981, Aeronáutica até 1986; EMFA até 1987) e pelo Ministério do Interior – MINTER até 1988, quando se deu a reintegração a Pernambuco. Também em 1942 instalou-se na ilha uma base avançada da II Guerra Mundial (Departamento Misto) e uma base americana de cooperação de guerra. Os americanos voltariam a viver em Noronha no período de 1957 / 1965, conduzindo um Posto de Observação de Mísseis Teleguiados.
Hoje Fernando de Noronha é um Distrito Estadual, administrado por Pernambuco, com uma população remanescente dos diversos períodos vividos, acrescida daqueles que para aí vieram pelas mais diversas razões. Descendentes de presos comuns ou políticos, de guardas, de militares ou pessoas que para lá foram destacadas para prestarem serviços, acompanharem companheiros ilhéus ou simplesmente fazer turismo, compõem essa população, que chega a 2.500 pessoas, vivendo principalmente do Turismo.
O patrimônio cultural, não reconhecido nem valorizado em todos esses anos, é atualmente objeto de atenções, nas propostas que começaram a tornar forma, visando restaurar e requalificar tudo aquilo que for possível de intervenção.
Fonte: IBGE
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